quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Iniciação ao estudo da doutrina espírita




Os fenômenos de Hydesville e as mesas girantes

Este texto é o segundo de uma série de estudos que esperamos possam servir aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Os estudos aqui apresentados foram elaborados de acordo com o temário que a Federação Espírita Brasileira adotou nos primórdios do ESDE - Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, por ela criado e difundido por todo o Brasil.
Cada texto compõe-se de duas partes:
- questões para debate
- texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final de cada texto. 

Questões para debate

1. Qual é a data que lembra a ocorrência dos fenômenos de Hydesville e quais foram as características de tais fenômenos?
2. Qual a importância dos fenômenos de Hydesville no surgimento da Doutrina Espírita?
3. Em que consistiam os fenômenos conhecidos pelo nome de mesas girantes?
4. Qual foi a posição do professor Hippolyte Léon Denizard Rivail ante o fenômeno das mesas girantes e qual o resultado de sua conduta?

Texto para leitura

1. Em março de 1848, no humilde vilarejo de Hydesville, Estado de Nova York, surgiram certos fatos inabituais que abalaram a opinião pública da época. Eram ruídos, pancadas, batidas, designados em inglês pelo vocábulo "raps".
2. Na Europa, os fenômenos tomaram outra forma, surgindo então as chamadas mesas girantes, que chamaram a atenção do professor Hippolyte Léon Denizard Rivail para o estudo atento das manifestações espíritas. Após a fase das mesas que giravam e respondiam às perguntas através de pancadas previamente convencionadas, surgiu a psicografia indireta, em que o médium utilizava um lápis preso a uma mesinha ou prancheta para escrever e, por fim, a psicografia direta, em que ele segura diretamente o lápis ou caneta para registrar a mensagem dos Espíritos. Foi elaborada então, em consequência desses fenômenos, a chamada codificação da Doutrina Espírita, em que o professor Rivail, identificado pelo pseudônimo Allan Kardec, teve participação essencial. 
3. Foi no dia 31 de março de 1848 que ruídos insólitos atraíram a atenção pública, inclusive da imprensa norte-americana, tornando-se objeto de comprovação por numerosos observadores, a ponto de marcar na América do Norte a data de nascimento do Moderno Espiritualismo, nome com que os americanos designavam então o Espiritismo.
4. Os fenômenos ocorreram numa tosca cabana de Hydesville, no Condado de Wayne, no Estado de Nova York, onde residia a família Fox: o Sr. John, a Sra. Margareth e suas filhas Kate e Margareth. Os fatos, a partir do primeiro diálogo do Espírito com a Sra. Fox, ocorrido em 31-3-1848, empolgaram a população do lugar, ocasionando depois as primeiras demonstrações públicas realizadas em Rochester, no Corinthian Hall, do que resultou a formação do primeiro núcleo de estudos dos fatos espíritas.
5. As manifestações ruidosas na casa do Sr. Fox foram produzidas pelo Espírito de um mascate chamado Charles Rosma, que fora assassinado e sepultado no porão daquela cabana. A família Fox professava a religião metodista, mas, apesar disso, Kate e Margareth, as meninas da casa, eram excelentes médiuns. Na noite do primeiro diálogo com Charles Rosma, um dos moradores do vilarejo sugeriu fosse adotado um interessante método para a comunicação do Espírito, em que cada letra do alfabeto corresponderia a determinado número de pancadas. Estava, pois, descoberta a "telegrafia espiritual", que foi o processo adotado, posteriormente, na fase das mesas girantes.
6. Em 1850, quando a repercussão dos fenômenos já era muito grande na América, a senhora Fox e suas três filhas – Kate, Margareth e Leah – passaram a realizar sessões públicas em Nova York, no Hotel Barnum, atraindo muitos curiosos. Havia então nos Estados Unidos muitos grupos espíritas em atividade e era grande o número de adeptos do movimento, apesar das investidas da imprensa, que de modo geral atacava os fenômenos e as médiuns. 
7. A relevância dos acontecimentos pode ser assinalada pela sua ressonância na esfera científica, visto que os fatos atraíram o interesse de pesquisadores de alto nível cultural, como Dale Owen, o juiz Edmonds, o físico William Crookes e muitos outros.
8. A divulgação dessas experiências e, a seguir, a conversão do juiz Edmonds, materialista que rira da crença nos Espíritos, pasmaram os norte-americanos, aumentando ainda mais o interesse pelas manifestações. A notícia disso chegou logo à Europa, onde iria despertar as consciências e preparar, conjuntamente com os fenômenos das mesas girantes, o advento da Doutrina Espírita.
9. As mesas girantes não se limitavam a levantar-se sobre um pé para responder às perguntas feitas; elas moviam-se em todos os sentidos, giravam sob as mãos dos pesquisadores e, às vezes, elevavam-se no ar. Nos anos de 1853 a 1855, as mesas que giravam constituíram verdadeiro passatempo, sendo diversão quase obrigatória nas reuniões sociais, a ponto de ter sido dito pelo padre Ventura de Raulica que o fenômeno era "o maior acontecimento do século".
10. A cidade de Paris inteira assistia, atônita e estarrecida, a esse turbilhão de fenômenos imprevistos que, para a maioria, só imaginações alucinadas poderiam criar, mas que acabavam se impondo aos mais céticos e frívolos.
11. A posição do professor Hippolyte Léon Denizard Rivail diante dos fatos possibilitou o advento da Doutrina Espírita. O professor, logo que assistiu à primeira manifestação das mesas girantes, em maio de 1855, dedicou-se a estudar com seriedade os fenômenos, do que resultou, pouco tempo depois, a elaboração da Doutrina Espírita.
12. Inicialmente, as mesas respondiam às perguntas por meio de pancadas previamente convencionadas. Depois, adaptando-se um lápis numa das extremidades, a cestinha – ou outro objeto qualquer, pequeno e leve – permitia que os Espíritos grafassem suas mensagens no papel. Daí, à psicografia direta, em que o médium segura o lápis com sua mão, foi um passo importante, que possibilitou a produção de uma imensa quantidade de livros mediúnicos.
13. Aludindo às mesas girantes, Kardec diz que, apesar da simplicidade do fenômeno, elas representarão sempre o ponto de partida da Doutrina Espírita, cujo marco inicial ocorreu em 18 de abril de 1857, data de publicação da 1ª edição de "O Livro dos Espíritos".

Respostas às questões propostas

1. Qual é a data que lembra a ocorrência dos fenômenos de Hydesville e quais foram as características de tais fenômenos?
A data é 31 de março de 1848. Os fatos ocorridos em Hydesville, classificados mais tarde como fenômenos de efeitos físicos, consistiam em ruídos, pancadas, batidas, fatos que em inglês foram designados pelo vocábulo "raps".
2. Qual a importância dos fenômenos de Hydesville no surgimento da Doutrina Espírita?
A relevância dos acontecimentos de Hydesville pode ser assinalada pela sua ressonância na esfera científica. A divulgação dessas experiências e, em seguida, a conversão do juiz Edmonds, materialista que anteriormente rira da crença nos Espíritos, pasmaram os norte-americanos, aumentando ainda mais o interesse pelas manifestações. A notícia disso chegou logo à Europa, onde iria despertar as consciências e preparar, conjuntamente com os fenômenos das mesas girantes, o advento da Doutrina Espírita.
3. Em que consistiam os fenômenos conhecidos pelo nome de mesas girantes?
As mesas girantes moviam-se em todos os sentidos, giravam sob as mãos dos pesquisadores e, em alguns casos, elevavam-se no ar. Além disso, utilizavam, às vezes, de um dos pés para, por meio de pancadas, responder às perguntas feitas. Nos anos de 1853 a 1855, esse fato surpreendente constituiu na França verdadeiro passatempo, sendo diversão quase obrigatória nas reuniões sociais, a ponto de ter sido dito pelo padre Ventura de Raulica que o fenômeno era "o maior acontecimento do século".
4. Qual foi a posição do professor Hippolyte Léon Denizard Rivail ante o fenômeno das mesas girantes e qual o resultado de sua conduta?
A posição adotada pelo professor Hippolyte Léon Denizard Rivail em face dos fenômenos das mesas girantes possibilitou o advento da Doutrina Espírita. Logo que assistiu à primeira manifestação das mesas girantes, em maio de 1855, o futuro Codificador do Espiritismo dedicou-se a estudar com seriedade os fenômenos, advindo daí as obras que formam o arcabouço filosófico e científico do Espiritismo.




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