domingo, 19 de fevereiro de 2017

Reflexões à luz do Espiritismo


Os dois grandes inimigos dos médiuns

Na parte final do seu livro Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas, obra publicada no ano de 1858, Allan Kardec diz que o Espiritismo é o mais poderoso auxiliar das ideias religiosas, pois que dá ao homem a convicção do seu destino futuro e, como tal, deve ser acolhido como um benefício para a Humanidade.
A doutrina espírita reanimou em mais de um coração a fé na Providência, fez renascer a esperança no lugar da dúvida, arrancou mais de uma vítima ao suicídio, restabeleceu a paz e a concórdia nas famílias, acalmou ódios, amorteceu paixões brutais, desarmou a vingança e levou a resignação à alma do sofredor.
Dito isso, concluiu o codificador:

“É ele [Espiritismo] subversivo da ordem social e da ordem pública? Uma doutrina que condena o ódio e o egoísmo, que prega o desinteresse, o amor ao próximo, sem exceção de seitas ou castas, não pode excitar paixões hostis. E seria de desejar, para o sossego do mundo e a felicidade do gênero humano, que todos os homens compreendessem e praticassem tais princípios: não teriam nada mais que temer uns dos outros.” (Obra citada, tradução de Cairbar Schutel, cap. XI, pág. 189.)

Comparando o texto acima com o que se observa nas lides espíritas, não é difícil a ninguém observar que a prática nem sempre acompanha a teoria. E não acompanha porque nós, seres encarnados, não temos por costume dar atenção aos inúmeros lembretes que há muito tempo os Benfeitores espirituais nos têm enviado.
Eis um deles, por demais conhecido e certamente ignorado:

“A primeira necessidade do médium é evangelizar-se a si mesmo, antes de se entregar às grandes tarefas doutrinárias, pois de outro modo poderá esbarrar sempre com o fantasma do personalismo, em detrimento de sua missão.” (O Consolador, questão 387.)

Um dos grandes problemas que deparamos na Casa Espírita e nas lides espíritas em geral é exatamente o personalismo, que gera o melindre, a incompreensão e enormes dificuldades de relacionamento, inexplicáveis quando os personagens envolvidos são espíritas convictos.
Emmanuel, autor de O Consolador, obra mediúnica psicografada por Chico Xavier, explicou no mesmo livro, páginas adiante, por que muitos médiuns têm fracassado em sua importante tarefa – e não nos referimos aqui tão somente aos médiuns psicógrafos ou psicofônicos, mas a todos os médiuns: intuitivos, passistas, curadores, esclarecedores...
Dois inimigos lhes aparecem à frente.
O primeiro inimigo, diz Emmanuel, reside dentro deles mesmos. É, com frequência, o personalismo, a ambição, a ignorância ou a rebeldia no desconhecimento dos seus deveres à luz do Evangelho, o que, não raramente, os conduz à invigilância, à leviandade e à confusão dos campos improdutivos.
O segundo inimigo do apostolado mediúnico situa-se no próprio seio das instituições espíritas, quando o indivíduo se convenceu quanto aos fenômenos, mas não se converteu ao Evangelho pelo coração e traz para as fileiras do Espiritismo seus caprichos pessoais, suas paixões inferiores, suas tendências nocivas. Falam da caridade, humilhando todos os princípios fraternos. Irônicos, acusadores, procedem quase sempre como crianças levianas e inquietas.
Se no grupo em que atuamos tais coisas ainda acontecem, lembremo-nos de que as advertências de Emmanuel, acima reproduzidas, foram psicografadas por Chico Xavier há mais de 75 anos, quando os confrades hoje octogenários eram ainda criancinhas...




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