sábado, 2 de junho de 2012

A morte em face da reencarnação


Numa roda de amigos, em encontro num clube londrinense, alguém, reportando-se ao falecimento repentino de um colega, extravasou seu inconformismo e sua incompreensão com relação à morte, manifestando a ideia – mais comum do que se pensa – de que a morte ceifa os indivíduos exatamente quando estes chegam a um período da vida em que se encontram mais maduros, mais experientes e mais preparados.
O sentimento de perda em momentos assim, quando nos despedimos dos entes queridos, é compreensível e obviamente aceitável. O homem que não entende a vida não pode, evidentemente, entender a morte e, por não compreendê-la, acaba emitindo pensamentos como o exposto, em que se patenteiam claramente dúvidas com respeito à inteligência, à bondade e à sabedoria de Deus.
A mesma incompreensão no tocante à vida podemos encontrar no pensamento de pessoas de destaque na cultura do mundo, como o historiador americano Jacques Barzun, 94 anos de idade, um dos fundadores da disciplina de história cultural e autor de uma obra notável, “Da Alvorada à Decadência”, publicada em nosso país pela Editora Campus.
Numa de suas entrevistas, o professor Barzun afirmou que gostaria de ter vivido no século XIX, a partir de 1830, um período que se autonomeou Era do Progresso e que foi, sem contestação, um tempo de grande inventividade em toda a Europa e de luta contra os resquícios da monarquia e do velho sistema de classes.
A doutrina da reencarnação, defendida por pensadores brilhantes como Pitágoras, Sócrates e Platão e cultuada por boa parte das religiões orientais, traria a um e outro o esclarecimento necessário à solução de suas dúvidas, que, no fundo, se radicam no mesmo ponto.
Se o amigo londrinense entende que deveríamos viver no corpo muito mais do que normalmente vivemos, o professor gostaria de haver nascido e vivido antes.
Podem, no entanto, tranquilizar-se os dois.
Ensina o Espiritismo que ambos os desejos são satisfeitos pelo Criador, pois tanto Jacques Barzun viveu ou pode ter vivido na Era do Progresso, quanto o colega que partiu volverá ao corpo em nova experiência reencarnatória.
E Deus é tão sábio e previdente, que o falecido, em vez de carregar um fardo pesado e incômodo por séculos sem conta, poderá dispor de um corpo novo e reviver inúmeras vezes a época da meninice e o período da juventude, fases essas que todas as pessoas mais velhas geralmente lembram com saudade.


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