quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Das formiguinhas, grande sabedoria


Cínthia Cortegoso
De Londrina-PR

De uma fresta da janela, observei uma ação generosíssima no lado de fora. Sempre me sento numa poltrona mais confortável para escrever alguns pensamentos que rondam a mente. E esse foi um dos momentos. Havia me ajeitado e quando aspirei o ar fresco de final de inverno, presenteei-me.
Uma formiga, daquela meio marrom claro, para não chamá-la de ruiva, estava caminhando e de repente em sua patinha traseira direita grudou um pedacinho de papel. Que luta! Andava com dificuldade com aquele incômodo. Tenta tirar, mas não consegue. Outras formigas também de cor castanha perceberam a agonia que a companheira passava, e como é de se esperar de um grupo tão organizado quanto o das formigas, elas se comunicaram e em seguida se aproximaram da infortunada do momento. Nessa hora até me coloquei em melhor ângulo para compreender o plano que executariam.
Em poucos segundos, muitas delas puseram as patinhas no pedaço de papel e apoiaram com força para a formiguinha poder se desgrudar. E não é que deu certo?! A antes sofredora, agora livre, saiu correndo mais do que de costume e demonstrava enorme alívio: - Que felicidade! Estou livre. - sentia a pequenina com tanta gratidão. Voltou em seguida ao local do ocorrido e lhes prestou toda assistência.
A habilidade com que as companheiras se livraram daquele incômodo de celulose foi realmente incrível. Combinaram, em tempo exato, que todas retirariam as patinhas na contagem determinada. Pronto. Todas libertas. A formiga ajudada se aproximou de cada socorrista e, olhando para suas carinhas, agradeceu, com o melhor sentimento, o socorro a ela prestado.
Após todo esse aprendizado, recostei-me na poltrona e, mais uma vez, entendi que a união faz a força onde quer que a vida se encontre. A doação e o recebimento devem ser ocorrências naturais para o progresso do planeta; até as formiguinhas já sabem disso.


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