quarta-feira, 3 de julho de 2013

Mãos fraternas e amparadoras

CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR

A mão do irmão maior sempre estava nas costas da irmãzinha caçula. E foi assim durante toda a tarde. Época das férias; um dos melhores lugares para se levar filhos, sobrinhos, amigos dos filhos, a criançada em geral é a um parque.
Além dos pequenos poderem ter maior contato com a natureza, preservamo-los, pelo menos algumas horas, das investidas permanentes da tecnologia.
E ocorria que os dois irmãos estavam, com os primos, no parque próximo de casa, gastando energia, ou seja, brincando e se encardindo, achando a maior graça naquela liberdade vespertina.
O irmão, ao mesmo tempo que brincava, não tirava os olhos da irmãzinha; se ela subia no escorregador, embaixo estava ele para aguardá-la; se a menina ficava um pouco mais sozinha, vinha ele amparando suas costinhas com a mão e dizendo:
– Venha, Pietra, fique perto do mano.
Era de se encantar e comover com aquelas ações repletas de ensinamento.
Nessa tarde, houve a constatação das nobres características do espírito:
– responsabilidade perante os mais fracos, mais necessitados;
– doação ao irmão;
– momento de amparo: sempre;
– fazer ao próximo o que deseja a si próprio.
Duas crianças que já fazem a lição de casa quanto ao progresso para a emancipação da alma. São sentimentos impressos desde o início. Infelizmente, inúmeras são as pessoas que por vergonha – assim o orgulho recebe outro nome – deixam de doar e, consequentemente, de receber e, ainda mais grave, o planeta se demora para sua depuração.
Mas como tudo possui o seu curso, haverá o dia em que os habitantes deste planeta azul ampararão mais e serão, na mesma proporção, amparados, assim como o irmão de Pietra que, com as mãos em suas costinhas, a conduzia procurando livrá-la dos perigos e a orientava para a conquista de sua felicidade, como naquela tarde no parque.

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