sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Como definir uma vivência cristã legítima?

A pergunta que dá título a este texto foi-nos apresentada por uma leitora.
A vivência cristã implica um clima de convivência social em regime de fraternidade, em que todos se ajudam e se socorrem, dirimindo dificuldades e problemas. Viver o Cristo é conviver com o próximo, aceitando-o tal qual é, com seus defeitos e imperfeições, sem a pretensão de corrigi-lo.
O verdadeiro cristão inspira seu semelhante com bondade para que ele mesmo desperte e mude de conduta de moto próprio.
Isolar-se a pretexto de crescer espiritualmente não passa, pois, de uma experiência em que o egoísmo predomina, porque afasta o indivíduo da luta que forja heróis e constrói os santos da abnegação e da caridade. Segundo o Espiritismo, tal procedimento só merece reprovação, visto que não pode agradar a Deus uma vida pela qual o homem deliberadamente se condena a não ser útil a ninguém. É claro que não nos referimos aos que se afastam do bulício citadino buscando no retiro a tranquilidade reclamada por certas ocupações, nem aos que se recolhem a determinadas instituições fechadas para se dedicarem, amorosamente, ao socorro dos desgraçados. Apesar de afastados da convivência social, prestam eles, obviamente, excelentes serviços à sociedade e adquirem duplo mérito porque têm a seu favor, além da renúncia às satisfações mundanas, a prática das leis do trabalho e da caridade cristã.
Lembra-nos Joanna de Ângelis que, ao descer das Regiões Felizes ao vale das aflições, para nos ajudar, Jesus mostrou-nos como devem agir os que se dizem cristãos. O Mestre não convocou a si os privilegiados, mas os infelizes, os rebeldes, os rejeitados, suportando suas mazelas e amando-os.
Evocando o exemplo do Cristo, a mentora de Divaldo P. Franco recomenda (Leis Morais da Vida, cap. 31):
“Atesta a tua confiança no Senhor e a excelência da tua fé mediante a convivência com os irmãos mais inditosos que tu mesmo.
Sê-lhes a lâmpada acesa a clarificar-lhes a marcha.
Nada esperes dos outros.
Sê tu quem ajuda, desculpa, compreende.
Se eles te enganam ou te traem, se te censuram ou te exigem o que te não dão, ama-os mais, sofre-os mais, porquanto são mais carecentes de socorro e amor do que supões.
Se conseguires conviver pacificamente com os amigos difíceis e fazê-los companheiros, terás logrado êxito, porquanto Jesus em teu coração estará sempre refletido no trato, no intercâmbio social com os que te buscam e com os quais ascendes na direção de Deus.”



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