quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Pílulas gramaticais (78)

As palavras da Língua Portuguesa dividem-se em dois grupos: o das palavras variáveis e o das invariáveis. São variáveis: substantivo, adjetivo, pronome, verbo, artigo e numeral.
O numeral classifica-se em cardinal, ordinal, multiplicativo e fracionário.
Eis os exemplos:
Cardinal – um, dois, três, quatro etc.
Ordinal –  primeiro, segundo, terceiro, quarto etc.
Multiplicativo – dobro, triplo, quádruplo etc.
Fracionário – meio, um terço, um quarto etc.
Na referência a reis, papas, séculos e capítulos usa-se o ordinal (até o número 10) e o cardinal (daí por diante):
- Papa Paulo VI (Paulo sexto)
- Século IV (século quarto)
- Capítulo V (capítulo quinto)
- D. Pedro II (D. Pedro segundo)
- Papa João XXIII (João vinte e três)
- Século XIX (século dezenove).
Quando empregamos o numeral em leis, decretos, portarias e documentos semelhantes, usa-se o ordinal (até nove) e o cardinal (de dez em diante):
- Artigo 1o (primeiro) 
- Artigo 6o  (sexto)
- Artigo 9o  (nono)
- Artigo 10 (dez)
- Artigo 12 (doze).

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A grafia dos ordinais apresenta geralmente quatro modelos, a saber:
3º - forma usual, natural e mesmo automática fornecida pelo editor de textos do programa Microsoft Word
3º. - igual à anterior com adição de um ponto
3.º - forma adotada na Gramática Metódica da Língua Portuguesa, de Napoleão Mendes de Almeida (ed. Saraiva, 36.ª edição, pp. 159 a 163)
3o - forma adotada no Dicionário de Questões Vernáculas, de Napoleão Mendes de Almeida (ed. Caminho Suave, pp. 209 e 211), no Manual de Redação e Estilo, de Eduardo Martins (ed. O Estado de S. Paulo, 3.ª edição, pp. 199 e 200) e ainda no Manual Ordenado de Normas sobre o Tratamento da Redação Oficial - MONSTRO, vol. I, cap. 11, de Ernani Garcia dos Santos, publicado pela Secretaria da Receita Federal.
Qual delas devemos utilizar?
Com exceção da primeira - 3º -  que pode ser confundida com a expressão indicativa de graus (no caso, 3 graus), consideramos válida qualquer uma delas, tendo em vista que Napoleão Mendes de Almeida, o gramático mais respeitado deste país, valeu-se de duas formas diferentes e, ademais, não existe, ao que nos consta, nenhuma norma aplicável ao assunto.



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