sábado, 1 de março de 2014

Pérolas literárias (77)


Vida

Edmundo Xavier de Barros


Nem a paz, nem o fim! A vida, a vida apenas
É tudo que encontrei e é tudo que me espera!
O ouro, a fama, o prazer e as ilusões terrenas
São lodo, fumo e cinza ao fundo da cratera.

Esvaiu-se a vaidade!... Os júbilos e as penas,
A alegria que exalta e a dor que regenera,
Em cenário diverso aprimorando as cenas,
Continuam, porém, vibrando noutra esfera.

Morte, desvenda à Terra os planos que descobres,
Fala de tua luz aos mais vis e aos mais nobres,
Renova o coração do mundo impenitente!

Dize aos homens sem Deus, nos círculos escuros,
Que além do gelo atroz que te reveste os muros
Há vida... sempre a vida.. a vida eternamente...


O poeta Edmundo Xavier de Barros nasceu em 1861 em Goiás e desencarnou no Distrito Federal, como capitão da arma de Cavalaria, em 17 de janeiro de 1905. O soneto acima integra o livro Parnaso de Além-Túmulo, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.



Nenhum comentário:

Postar um comentário