sábado, 26 de julho de 2014

Paralelismo e vitória brasileira


JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

— Meu caro Joteli, deixe de preguiça e elabore “Comunicar é preciso 16”. Afinal, em minha obra, você poderá encontrar todos os tipos de paralelismo elencados por José Carlos de Azeredo: o sintático, o semântico, o rítmico e até as rupturas com o paralelismo.
— Ora Machado, estou ficando velho, outro dia precisei lembrar uns nomes de críticos literários com os quais trabalho há trinta anos; tinha até uma “cola” no bolso, que  tive vergonha de utilizar e, simplesmente disse ao meu entrevistador que só lembrava de um. Esqueceu-me, como diria você, Antonio Cândido, pode? Que me não lembrasse de Raimundo Magalhães Júnior, de Hênio Tavares, de Alfredo Bosi e outros, utilizados nas nossas aulas de graduação, todos eles em minha estante, tudo bem; mas olvidar Antonio Candido? Impossível. Verdadeiro sacrilégio literário.
— Bobagem, Joteli. O que prevalece, em certas situações da vida, é a experiência... Para isso, you had  a vast amount  of knowledge.
— É, mas a idade... O que eu sei é que nada sei, já parafraseando o grande Sócrates... Outro dia, li uma declaração de uma senhora culta de que desejaria trocar tudo o que sabe por metade do que não sabe...
— Precisaria, ela, reencarnar umas mil vezes, meu caro, pois metade do que não sabemos não cabe nas cabeças somadas de todos os nossos maiores sábios...
— E o Brasil, ganha amanhã da Alemanha? Você que está aí do alto, Bruxo, conte para meus leitores...(1)
— Ganha de 4 a 0, com dois gols de Fred.
— É mesmo? Eu acredito... Nossa seleção é tão poderosa que faz coisas impossíveis.
— Mas falemos de coisa séria, Joteli, você vai ou não vai escrever sobre o paralelismo de uma sequência enunciativa?
— Começo pelo exemplo citado na frase acima, sobre nossa seleção. Nela, ocorre “paralelismo sintático” embora não o semântico.
— Deixe a ironia por minha conta, meu caro, e falemos de outra coisa.
— Só na próxima crônica. Depois dessa, estou na expectativa dos gols prometidos por você.
 — Então, adeus, Joteli. E não se esqueça: 4 a 0.
— Adeus, meu caro Bruxo.

(1) Este texto foi escrito, obviamente, antes da partida em que a seleção brasileira tomou de 7 a 1 dos alemães.




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