domingo, 21 de setembro de 2014

Um péssimo exemplo de onde menos se espera


Faz pouco tempo, a imprensa divulgou com natural alarde um fato deplorável e duplamente lamentável: primeiro, porque teve como protagonistas um grupo de jovens; segundo, porque tais jovens pertencem a famílias socialmente bem situadas, o que afasta, desde logo, a ideia de que seriam pessoas movidas pelo desespero. Referimo-nos à prisão em flagrante de onze vestibulandos acusados de tentativa de fraude no vestibular de Medicina de uma das faculdades de nossa região.
De acordo com o noticiário, os celulares apreendidos com os jovens haviam recebido, por mensagem de texto, o gabarito completo da prova. Além de celulares, os envolvidos usavam também pontos eletrônicos para receber as respostas. A confirmação disso se deu depois que foram submetidos ao aparelho de detecção de metais.
Na mensagem de texto que continha o gabarito existiam códigos. “Uma das candidatas explicou os códigos. Ela disse que cada número significava uma letra”, disse à imprensa o delegado que cuidou do caso.
Feito o indiciamento, alguns dos onze envolvidos revelaram à Polícia que pagariam R$ 10 mil pelo gabarito, enquanto outros disseram que o preço seria de R$ 30 mil, pagamento a ser feito depois, em caso de aprovação no vestibular.
Quando se diz que o progresso intelectual não é seguido de imediato por igual avanço no campo moral, eis algo que todos sabemos, independentemente da crença que esposamos. O fato descrito é, nesse sentido, mais uma prova disso.
O uso de tecnologia avançada para a transmissão da informação, o concurso de alguém que conhecia o assunto e a própria decisão dos interessados em buscar o caminho da fraude para se tornarem médicos, eis pormenores reveladores de uma pobreza moral que causa pena e não apenas indignação.
Acrescente-se a isso a possível participação dos pais dos fraudadores, uma vez que sabemos que na idade em que um jovem busca o ingresso na faculdade é muito difícil possa ele dispor, sem ajuda dos pais, da quantia mencionada.
Estamos em uma época em que já era tempo de todos entenderem que, na estrada da vida, existem, conforme ensina o Evangelho, duas sendas: a senda  da perdição e a senda da retidão.
A primeira é atraente, repleta de facilidades, de jeitinhos e de ilusões.
A segunda é difícil, plena de desafios e de dificuldades.
Buscar o ingresso numa faculdade pelo caminho da fraude, prejudicando os outros candidatos que se esforçaram, que se dedicaram ao estudo, não é, convenhamos, o caminho que uma pessoa sensata deve seguir, porque tudo o que fazemos em nossa vida gera consequências, tanto para o bem quanto para o mal.
A toda ação corresponde uma reação, quem matar pela espada morrerá sob a espada, quem com ferro fere com ferro será ferido, a semeadura é livre mas a colheita é obrigatória, a cada um segundo as suas obras.
Essas regras tão conhecidas, estatuídas por Deus e reveladas a nós por Jesus, é que dirigem com sabedoria o roteiro, as locações, as alternativas da vida, que parecem tão confusas e improvisadas e, no entanto, obedecem a uma programação meticulosa e a uma ordem que não podem ser compreendidas pelos materialistas e por aqueles que pensam que dinheiro pode comprar tudo.
Escreveu Paulo aos Gálatas: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.” (Gálatas, 6:7-8.)
Que o lamentável episódio seja para todos nós e para os nossos filhos exemplo do que não se deve fazer, se quisermos realmente chegar à meta para a qual Deus nos criou.



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