sexta-feira, 24 de julho de 2015

No Invisível (10)


Estudamos semanalmente no Centro Espírita Nosso Lar, de Londrina (PR), o livro No Invisível, um dos clássicos do Espiritismo, de autoria de Léon Denis. São duas as turmas de estudo, uma na terça à noite, a outra na quinta-feira à tarde.
Reproduzimos, em seguida, o texto do módulo concluído nesta semana, cuja publicação tem por finalidade proporcionar, a quem se interessar, a oportunidade de acompanhar o mencionado estudo.

Questões para debate

A. Por que nem sempre é possível o contato com nossos parentes e amigos falecidos?
Todo experimentador esclarecido facilmente pode explicar a razão de tais malogros. O desejo de comunicar com determinado Espírito e igual desejo da parte deste não bastam só por si; é preciso que outras condições se reúnam, determinadas pela lei das vibrações. É necessário, antes de mais nada, que nosso cérebro físico e o cérebro fluídico dele vibrem em uníssono. Aí surge uma primeira dificuldade. O pensamento dele irradia com demasiada velocidade para que o possamos perceber. Será, pois, o seu primeiro cuidado imprimir às suas vibrações um movimento mais lento, mas para isso um estudo mais ou menos prolongado se tornará preciso, variando as probabilidades de êxito conforme as aptidões e experiências do operador. (No Invisível - O Espiritismo experimental: VIII - As leis da comunicação espírita.) 

B. As leis que regem a comunicação espírita são rigorosas?  
Sim. Os fenômenos da mediunidade são regidos por leis que é preciso observar com rigor. Quaisquer que sejam nossas faculdades e nossos desejos, se não pudermos satisfazer às suas exigências, nossos pais e amigos falecidos e todas as legiões invisíveis agiriam em vão sobre nós. (Obra citada - O Espiritismo experimental: VIII - As leis da comunicação espírita.) 

C. É possível pela orientação de nossos pensamentos modificar as influências que nos rodeiam?  
Sim. Do conjunto dos estudos sobre as vibrações harmônicas dos cérebros, uma comprovação resulta: é que, pela orientação e persistência de nossos pensamentos, podemos modificar as influências que nos rodeiam e entrar em relação com inteligências e forças similares. Esse fato não é unicamente exato a respeito dos sensitivos e dos médiuns; também se dá com todo ser pensante. As influências do Além podem irradiar sobre nós, sem que haja comunicação consciente com os seres que o povoam. Não é necessário acreditar na existência do mundo dos Espíritos e querer conhecê-lo, para lhe experimentar os efeitos. A lei das atrações é inelutável; tudo no homem lhe está submetido. Por isso a censura que dirigem aos espíritas, acusando-os de atrair exclusivamente, em virtude de suas práticas, as forças maléficas do Universo, é insubsistente diante dos fatos. (Obra citada - O Espiritismo experimental: VIII - As leis da comunicação espírita.)

Texto para leitura

284. Muitas pessoas se admiram e ficam hesitantes às primeiras dificuldades que encontram em suas tentativas de comunicar-se com os Espíritos. E perguntam por que é tão rara, tão pouco concludente a intervenção destes, e por que não está a Humanidade inteira familiarizada com um fato de tal magnitude. Outras, prosseguindo as investigações, obtêm provas satisfatórias e tornam-se adeptas convictas. Entretanto, objetam ainda que os seres amados que têm no Espaço, parentes e amigos falecidos, apesar de seus veementes desejos e reiteradas solicitações, nunca lhes deram o menor testemunho de sua presença e esse insucesso lhes deixa uns restos de dúvida, de desagradável incerteza. Era esse o sentimento que o próprio Sr. Flammarion exprimia numa publicação recente.
285. Ora, todo experimentador esclarecido facilmente a si mesmo explicará a razão de tais malogros. Vosso desejo de comunicar com determinado Espírito e igual desejo da parte deste não bastam só por si; é preciso que ainda outras condições se reúnam, determinadas pela lei das vibrações. Vosso amigo invisível escuta os chamados que lhe dirigis e procura responder-vos.
286. Sabe que, para comunicar convosco, é preciso que vosso cérebro físico e o cérebro fluídico dele vibrem em uníssono. Aí surge uma primeira dificuldade. Seu pensamento irradia com demasiada velocidade para que o possais perceber. Será, pois, o seu primeiro cuidado imprimir às suas vibrações um movimento mais lento. Para isso um estudo mais ou menos prolongado se tornará preciso, variando as probabilidades de êxito conforme as aptidões e experiências do operador.
287. Se falha a tentativa, toda comunicação direta se torna impossível e ele terá que confiar a um Espírito mais poderoso ou mais hábil a transmissão de seus ditados. É o que frequentemente acontece nas manifestações. Supondes receber o pensamento direto de vosso amigo e, entretanto, ele não vos chega senão graças ao auxílio de um intermediário espiritual. Daí certas inexatidões ou obscuridades, atribuíveis ao transmissor, que vos deixam perplexo, ao passo que a comunicação, em seu conjunto, apresenta todos os caracteres de autenticidade.
288. Na hipótese de que vosso amigo do outro mundo disponha dos poderes necessários, ser-lhe-á preciso procurar um médium cujo cérebro, por seus movimentos vibratórios, seja suscetível de se harmonizar com o seu. Há, porém, tão grande variedade entre os cérebros como entre as vozes ou as fisionomias; identidade absoluta não existe. O Espírito será forçado a contentar-se com o instrumento menos impróprio ao resultado a que se propõe. Achado esse instrumento, aplicar-se-á a lhe desenvolver as qualidades receptivas. Poderá conseguir o desejado êxito em pouco tempo; algumas vezes, porém, serão necessários meses, anos, para conduzir o médium ao requerido grau de sensitividade.
289. Bem podeis, ainda, ser vós mesmos esse médium, esse sensitivo. Se tendes consciência de vossas faculdades, se vos prestais à ação do Espírito, alcançareis decerto o fim que ele atingir. Para isso se requerem, ao mesmo tempo, paciência, perseverança, continuidade, regularidade de esforços. Possuireis acaso essas qualidades? Vossa força de vontade será sempre igual e inquebrantável? Se procedeis de modo incoerente, hoje com ardor, amanhã tíbio, de tal forma que as vibrações do vosso cérebro variem em consideráveis proporções, não tereis de vos admirar da diferença e mesmo da nulidade dos resultados.
290. Pode acontecer que, sentindo-se impotente para ativar em grau suficiente, no estado de vigília, as vibrações do vosso cérebro, recorra o vosso amigo invisível ao “transe” e, pelo sono, vos procure tornar inconsciente. Então vosso perispírito se exterioriza; suas irradiações aumentam, se dilatam; a transmissão se faz possível; exprimis o pensamento do Espírito. Ao despertardes, contudo, não conservareis lembrança alguma do ocorrido e pelos outros é que sabereis o que tiverem proferido vossos lábios.
291. Todos esses fenômenos são regidos por leis rigorosas; quaisquer que sejam vossas faculdades, vossos desejos, se não podeis satisfazer às suas exigências, vossos pais e amigos falecidos, todas as legiões invisíveis, debalde, agiriam sobre vós. Ocorre, todavia, encontrardes desconhecidos, homens ou mulheres, que o acaso parece colocar em vosso caminho. Nada sabem dessas coisas. A ciência do além-túmulo pode ser para eles letra morta; entretanto, possuem um organismo que vibra harmonicamente com o pensamento de vossos parentes, de vosso irmão ou mãe, e por seu intermédio podem estes convosco entreter colóquios expansivos.
292. Poderei, a título de exemplo, citar o seguinte fato: meu pai, falecido havia quinze anos, nunca se tinha podido comunicar, no seio do grupo cujos trabalhos muito tempo dirigi, por nenhum dos médiuns que aí se haviam sucedido. Apenas um deles o tinha podido entrever como vaga e indistinta sombra. Perdera eu toda a esperança de conversar com ele, quando uma noite, em Marselha, por ocasião de uma visita de despedida feita a uma família amiga, chega uma senhora, que não aparecia há mais de um ano, e, trocados os cumprimentos habituais, toma lugar ao nosso lado. Em meio de nossa conversação ela cai num sono espontâneo e, com grande surpresa minha, o Espírito de meu pai, que ela jamais havia conhecido, se manifesta por seu intermédio, dá-me as mais irrecusáveis provas de identidade e, numa enternecida efusão, descreve as sensações, as emoções que experimentara desde o momento da separação.
293. Do conjunto dos estudos sobre as vibrações harmônicas dos cérebros, uma comprovação resulta: é que, pela orientação e persistência de nossos pensamentos, podemos modificar as influências que nos rodeiam e entrar em relação com inteligências e forças similares.
294. Esse fato não é unicamente exato a respeito dos sensitivos e dos médiuns; também se dá com todo ser pensante. As influências do Além podem irradiar sobre nós, sem que haja comunicação consciente com os seres que o povoam. Não é necessário acreditar na existência do mundo dos Espíritos e querer conhecê-lo, para lhe experimentar os efeitos. A lei das atrações é inelutável; tudo no homem lhe está submetido. Por isso a censura que dirigem aos espíritas, acusando-os de atrair exclusivamente, em virtude de suas práticas, as forças maléficas do Universo, é insubsistente diante dos fatos.
295. Depende do homem receber as mais diversas inspirações, desde as sublimes às mais grosseiras. O nosso estado mental é como uma brecha por onde amigos ou inimigos podem penetrar em nós.
296. Os sensuais atraem Espíritos sensuais que se associam a seus atos e desejos e lhes aumentam a intensidade; os criminosos atraem violentos que os impelem cada vez mais longe na prática do mal. O inventor é auxiliado por investigadores do Além. O orador tem a percepção de imagens, que fixará em arroubos de eloquência próprios a emocionar as multidões. O pensador, o músico, o poeta receberão as vibrações das esferas em que o verdadeiro e o belo constituem um objeto de culto; almas superiores e poderosas lhes transfundirão as opulências da inspiração, o sopro divino que acaricia as frontes sonhadoras e produz as maravilhas do gênio, do talento.
297. Assim, de um ao outro plano, responde o Espírito às solicitações do Espírito. Todos os planos espirituais se ligam entre si. Os instintos de ódio, de depravação e crueldade atraem os Espíritos do abismo. A frivolidade atrai os Espíritos levianos; mas a prece do homem de bem, a súplica por ele dirigida aos Espíritos celestes se eleva e repercute nota a nota, na gama ascensional, até às mais elevadas esferas, ao mesmo tempo em que das regiões profundas do Infinito descem sobre ele as ondas vibratórias, os eflúvios do pensamento eterno, que o penetram de uma corrente de vida e de energia. O Universo inteiro vibra sob o pensamento de Deus.

Nota:

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