domingo, 18 de outubro de 2015

Umbanda e Espiritismo e seus vários pontos em comum


Já disse várias vezes e agora repito que tenho pela Umbanda um respeito muito grande e uma gratidão que não poderia jamais ser medida em valores monetários.
Quando criança, ali pelos seis meses de idade, foi graças à intercessão de um grupo umbandista radicado em Juiz de Fora que obtive a cura em face da tuberculose que me acometeu pouco depois que reencarnei, enfermidade essa que estava vencendo a batalha contra os médicos quando ocorreu a mencionada intervenção.
Meus pais me haviam levado àquela cidade justamente em busca de socorro médico quando, por esses fatos geralmente atribuídos ao acaso, um amigo, ciente do caso, perguntou-lhes se eles permitiam que na reunião daquela noite, num centro umbandista, fosse realizado um trabalho em meu benefício. Voltei de Juiz Fora curado.
O tempo passou e quase 20 anos depois, já residindo em Londrina, tive de fazer exames médicos para ingresso por concurso no Banco do Brasil. O médico credenciado pelo Banco pediu alguns exames e depois, finda a consulta derradeira, perguntou quando é que eu tivera tuberculose. Respondi-lhe que a doença havia ocorrido quando era ainda um bebê de seis meses de vida. Então, já com o laudo em mãos, que me garantia a posse como funcionário do Banco, perguntei como é que ele soubera que eu contraíra tuberculose. E o doutor, apontando para a radiografia do pulmão, esclareceu que ali estava a indicação de que eu fora um dia tuberculoso e não mais o era.
A Umbanda ensina coisas que o Espiritismo também ensina: a comunicação entre nós e os mortos, a reencarnação, a lei de causa e efeito, a crença em Deus, a imortalidade da alma etc. Em alguns lugares, grupos ligados à Umbanda até mesmo utilizam livros espíritas, como por exemplo em Neves Paulista (SP), onde há – ou havia – um grupo umbandista dirigido por uma médium extraordinária, pessoa boníssima, que tive a ventura de conhecer.  
Não apenas pela experiência pessoal, é evidente que meu respeito pelos irmãos umbandistas é muito grande, embora reconheça que existem médiuns que não conseguiriam realizar no Espiritismo a tarefa que realizam tão bem nas hostes umbandistas.
Chico Xavier sempre dizia que, em relação à escolha da religião, a pessoa deve ficar onde se achar melhor, onde existam melhores condições de atender aquilo que é o objetivo principal de qualquer religião: aproximar a criatura de Deus. Uns encontram essa possibilidade nas igrejas evangélicas, outras no catolicismo, outras na umbanda, o que depende de cada um e nada tem que ver com o grau evolutivo da pessoa, mas sim com sua aptidão e o compromisso firmado na vida espiritual quando elaboramos a chamada programação reencarnatória.
No caso da mediunidade, claro que as pessoas que não conseguem livrar-se do tabaco ou do álcool podem perfeitamente trabalhar nessa tarefa num grupo umbandista, o que no Espiritismo seria muito difícil, visto que a Umbanda, em alguns casos, admite tanto o fumo como o álcool nas manifestações mediúnicas, o que não significa dizer que os "guias espirituais" que ali trabalham sejam espiritualmente menos evoluídos.
Uma das poucas coisas que Umbanda e Espiritismo tratam de forma diferente são os processos adotados nos trabalhos de desobsessão.
Na Umbanda, constitui providência comum procurar o afastamento do Espírito, do agente causador da perturbação.
No Espiritismo, procura-se atender o que sofre a perturbação e aquele que a causa, com o objetivo de aproximá-los, de torná-los amigos ou pelo menos oponentes cordiais, cientes de que obsessor e obsidiado são pessoas enfermas que necessitam de tratamento e não de exorcismos ou de expulsão por meio da violência ou do medo.


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