terça-feira, 26 de janeiro de 2016

A falta ainda de quem se ama


CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR

Definitivamente é impossível não sentir a falta do ser que se ama. A ausência pode ter ocorrido por infindáveis maneiras, mas por enquanto o vazio no coração sempre será um vazio.
Alguém que se foi e não quis mais voltar, por talvez ter encontrado outro amor, porém um coração ficou a chorar; o pai, viajante nas noites, que deixa sua ausência no cotidiano dos filhos e da esposa; o filho que deseja desbravar os mistérios da vida e demora a olhar os olhos maternos que, pela janela, embargados, sem nenhuma palavra, já aguardam o regresso de sua eterna criança independente da idade; o amigo que foi para país distante conquistar novos passos, e que deixou um coração amigo torcedor de suas conquistas, mas ainda assim com muita saudade. E todos aqueles corações que se distanciaram sem o motivo de mudança, viagem ou passagem de dimensão... simplesmente se foram, e, tantas vezes, sem vontade de ir.
O nobre relacionamento entre os seres é um tesouro e necessita de cuidado, respeito, carinho, doação e amor.
Quando se reencontra o ser querido... os olhos sorriem, o coração suspira e se amplia com a doce felicidade, os braços querem abraçar e as mãos desejam tocar o rosto... a face tão amada dessas pessoas que quiseram ir e voltaram e outras tantas que simplesmente foram levadas pelo sopro inexplicável dos dias, mas que estão de volta para também serem recebidas, e amparadas, e, certas vezes, perdoadas e poderem perdoar. Há ainda as que foram porque assim estava previsto.
E nos momentos em que o reencontro não é possível, o coração, com sua enorme parte preenchida de saudade e que ninguém pode substituir, continuará amando o ser que, por enquanto, não se apresenta por completo, mas o sentimento transcende e conforta, suporta e se encanta com a própria capacidade de amar... maior de todas as atitudes.
O tempo ameniza dores e ausências, também faz o coração amadurecer e o espírito tanto aprende, compreende e consegue renascer para continuar; se a eternidade é sinônimo de para sempre, que seja, então, a liberdade de amar como a melhor receita para não sofrer, no entanto ainda não é tão simples, e o coração vai se emancipar. Por agora, ele gostaria imensamente de se enlaçar no sentimento e no abraço do outro coração; esse menino se transformará num velho sábio.
Viver é o maior presente para uma alma, pois, a partir de sua criação, ela está inserida na grande e maravilhosa complexidade: a vida. E para a centelha presenteada, a única certeza é que ela está fadada a se desenvolver e a amar, ela apenas não se deu conta disso... que poderá levar séculos, mas de toda forma está fadada. Como estamos no início da eternidade, sofremos por ainda não saber o que, de fato, é o amor. E por não sermos hábeis ainda em amar muitos corações, queremos os poucos que amamos por perto, na distância máxima de um abraço apertado.
Ah, mas um dia amaremos sem olhar o rosto, simplesmente amaremos todos e, o melhor, mesmo distantes haverá somente o amor e não mais o dolorido sofrimento.
E para o futuro, porém, podemos exercitar o desapego e a compreensão de que a liberdade é companheira inseparável do mais nobre sentimento: o amor.


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