terça-feira, 12 de abril de 2016

Ser mais do que se parece ser


CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR

Quando se observa um campo de girassóis, vê-se apenas sua superficialidade; quando os olhos buscam o céu, somente uma pincelada se pode observar; quando outros olhos nos olham, somos muito mais do que eles podem nos enxergar. Cada girassol é um todo; o céu, o começo do infinito e cada um de nós, um universo inteiro.
Na bagagem há as venturas e as desventuras, os aprendizados e as reincidências, a vontade de progredir e o esmorecimento, tudo o que já se viveu e a eternidade. Há também os medos, as dificuldades, os traumas que por derivarmos de criação simples e ignorante necessitamos tudo aprender, no entanto, nem por tudo passar; o livre-arbítrio é responsabilidade nata.
E seremos sempre do tamanho que desejarmos, mas nunca da forma como os outros olhos quiserem nos avaliar; a capacidade é característica para todos os espíritos e a partir da decisão de realmente viver em seu mais amplo objetivo, os meios serão criados para a realização dos projetos com os olhos felizes, os passos numa cadência de paz e o coração, renovado, mais se aproximará da felicidade e do caminho proposto.
Mesmo que as sementes de girassóis sejam plantadas em carreiras mais espaçosas ou próximas sempre brotarão amarelos girassóis; ou se os versos forem compostos por letra de forma ou cursiva, independente, formarão o poema; assim se as brincadeiras de criança forem mais simples, da mesma maneira trarão alegria aos pueris. O que sempre importará é a conduta no bem; o julgamento é totalmente desnecessário.
Apenas quem sente sabe o valor do sentimento, somente quem vê é capaz de descrever a imagem, só quem faz compreende a energia precisa para a realização de um ato, portanto, apenas o próprio coração é apto para fazer sua avaliação sincera.
Por sermos um universo somos tanto mais do que aparentamos, então que sejamos maiores para o lado bom e de toda a mais notável característica. Somos vivência, amor, experiência, alegria, também somos dor, frustração, cansaço, somos muito além do que podemos imaginar e ainda infinitamente melhores podemos ser... somos centelhas divinas a caminho do progresso na evolução.
E por ser tudo isso e ainda mais é que um coração não deveria delimitar o outro pelo que aparenta, pois de aparência a humanidade cada vez mais se deturpa e prolonga o sofrimento. Quando os olhos desejam compreender, eles observam simplesmente os outros como viajores do mesmo tempo sem se preocuparem com a formulação de um julgamento porque cada um é além do que se pode ver.
Assim como acontece com um campo de girassol, ocorre também com cada centelha: somos o acúmulo de nossas experiências. E por assim ser, a confiança, a paciência, o respeito devem ser renascidos e fortalecidos, pois nós sabemos o tamanho que realmente somos, o sentimento que sentimos, o que vemos e fazemos e, sem dúvida, nunca seremos do jeito que nos enxergam.
E quando olharmos também para os lírios do campo estaremos certos de que há muito mais em cada lírio do que ele próprio pode parecer.

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