terça-feira, 10 de maio de 2016

Contos e crônicas



Doces e sábios educadores

CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR

As crianças e os animais são seres curiosos e demonstram claramente essa curiosidade por serem simples e deixarem à tona, sem se preocuparem, sua real essência. E como é fantástico viver com simplicidade dispensando as máscaras de ocasião.
Além da curiosidade, a autenticidade é fator comprovado. Podem não ter a vontade respeitada como tanto se verifica, talvez pela inexperiência ainda necessitem muito de orientação ou também pela falta de tempo e interesse constante dos adultos, mas esses pequenos tentam imprimir sempre a verdade. Certas vezes, o adulto sofre muito com regras sociais que mais prejudicam do que fazem crescer. Deve-se observar mais as crianças e os animais e querer aprender antes com eles que forçá-los a um ensinamento obsoleto quanto à felicidade, quanto a sempre ter a razão maior sobre a vida.
Se a simplicidade estreita laços e une corações, cura almas e fortalece olhares, nada mais esclarecido do que declará-la como uma lei de progresso para a humanidade. As crianças não julgam, abraçam o companheiro; repartem o lanche e, em muitos casos, deixam de comer para darem ao amiguinho mais necessitado; elas falam a verdade, pois ainda não estão muito à vontade com a mentira, isso virá infelizmente com o tempo; dizem o que sentem e fazem birra quando seus desejos são podados, nem sempre é coerente realizá-los, mas elas demonstram suas vontades e choram e nos lembram de que são humanas e que mesmo crescidos somos também.
No entanto, as crianças e os animais trazem a doçura, a fragilidade que os adultos, ocasionalmente, confundem com fraqueza e isso para a sociedade é “inadmissível”. Oh, pobres adultos, insistimos em sofrer e quanto passamos a vez de nos sentirmos felizes. 
Os ternos educadores sempre nos ensinam que a vida é presente e devemos desembrulhá-la com alegria, carinho, respeito e enorme singeleza. Quando se deseja ser quem não é e, ainda pior, demonstrar ser quem ainda não se tornou, esse universo particular e os seus arredores ficam sem graça, sem cor, sem interesse em conhecê-lo. Há lugar para todos do jeitinho que são e sempre espaço para o melhoramento de cada um. A vida é muito generosa.
Por que nasce o sorriso em um adulto quando avista os olhos de uma criança? Simplesmente porque a energia infantil é pura e leve, verdadeira e doce. Da mesma maneira esse sorriso nasce quando os olhos avistam o animalzinho. Esses dois amáveis seres não exigirão algo que não podemos doar, aliás, algo que eles muito desejam é somente a atenção; não perceberão se estamos com roupas caras ou temos elevadas posições sociais, apenas quererão o nosso carinho; não se importarão quanto dinheiro temos, pois afeto, companheirismo, lealdade não têm preço e nenhum dinheiro que os pague.
Sim, as crianças e os animais são meigos e sábios educadores na escola da vida para os adultos que ainda não adquiriram os valores que elevam o coração. Em matéria de real aprendizado, os pequenos podem nos ensinar muito mais do que imaginamos que possam aprender. Quando a criança sorri é sua alma que se sente feliz; quando o animalzinho balança seu corpinho e abaixa os olhinhos só com a graça que ele sabe ter é porque está compartilhando a pureza do seu mais lindo sentimento.
Portanto, crianças e animais são antes de tudo seres a fim de ensinarem, todos os dias, adultos que ainda não assimilaram dois conteúdos tão nobres e vitais: o amor e a simplicidade.

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