terça-feira, 17 de maio de 2016

Contos e crônicas



Como as quatro fases da lua

CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR

Enquanto a tolerância, a bondade e a compreensão forem menores que a exigência, as coisas não estarão muito bem, haverá mais descontentamento e menos progresso. Se cada indivíduo é um universo completo a se desenvolver há que se preocupar antes com o universo particular.
A atitude tolerante com o próximo cria condição para que corações mais indulgentes e bondosos não considerem também tanto nossa pequenez e nos tratem como gostaríamos; então, nada mais justo considerarmos os outros corações da mesma forma.
Se não houver pessoas, o brilho deixa de existir. E como viver com alegria é tão mais aprazível e coerente, bem melhor nos desenvolvermos para com o maior número de corações, com amor, nos sintonizarmos. Quando houver a conscientização de que cada indivíduo possui seu perfil e uma história a escrever, tanto apaziguará, pois a bondade cobrirá a triste sombra do orgulho que impera com sua exigência e intolerância.
Essa postura harmoniosa e consciente deve ser instaurada antes de tudo no próprio núcleo familiar, ou melhor, todo bem deve-se iniciar em nossa família, pois deixar o lar e os seus componentes em desequilíbrio e sofrimento para acudir corações estranhos, há de se convir que não é a melhor virtude. Primeiro, sempre o que está mais próximo e a partir desse ponto favorecer a expansão para os raios mais distantes.
Se ainda o semelhante eleva com facilidade o tom de voz, então baixemos o nosso; se, a todo custo, fere, protejamo-nos sem revide; se atua com a cegueira do egoísmo, mantenhamo-nos sob a luz da caridade; se prefere o caminho da ruína, então que esteja consciente de suas reações, mas que saiba ainda da existência do socorro para o coração arrependido, aliás, grande sofredor, pois de tudo o que se faz é com o realizador que permanece a maior parte.
O progresso carece de esforço, disciplina e amor. E sem dúvida não é fácil, mas é necessário; a evolução é andamento natural da vida e o convívio entre os seres é a sua grande escola.
Há tantos deles que o nosso coração ama; com outros, convive; muitos, tolera, e com a mesma medida que sentirmos também por nós sentirão. E como a nossa porcentagem de desenvolvimento geral é singelamente baixa, logo, mais razoável é a preocupação com nosso melhor desempenho em vez de exigirmos o aperfeiçoamento alheio.
Se continuamente haverá alguém mais desenvolvido que nós, a sabedoria de não exigir, mas aprender será conduta notável na caminhada, pois as duas ocasiões serão constantes nos infinitos estágios. Inúmeros exemplos produtivos ou não nos são apresentados, então que possamos transformá-los em aprendizado a seguir ou em jamais a realizá-los.
A maior dádiva é a vida. O grande entendimento é querer vivê-la. A sua gratidão é o esforço positivo. Os notáveis instrumentos são o próprio eu e a convivência com o próximo num Universo extraordinário, mas que necessita de compreensão e diligência.
Crescer é iniciar a concepção de que, embora sejamos imensuráveis pontinhos de luz espalhados, cada um possui o seu brilho, a sua identidade e a perfectibilidade universal. E o conjunto dessas luzes é que forma as grandes luas da vida, suas fases, as estrelas e as mais surpreendentes constelações. No entanto, não haverá crescimento quando a exigência for maior que a tolerância entre os seres já que a sua diversidade é o que agracia e enriquece o mundo e são eles que trazem tanto encanto para os dias. Portanto, os corações só poderão verificar com mais nitidez o florescimento quando respeito e amor existirem e quando o olhar do outro for mais bondosamente compreendido e menos ardilosamente julgado.
O jardim mais belo é o das flores com maior variedade de cores, espécies e tamanhos e com harmonia para essas lindas poderem conviver.


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