domingo, 22 de maio de 2016

Reflexões à luz do Espiritismo



Só o amor educa, só a ternura faz as almas crescerem no bem

Anos atrás, em uma interessante matéria publicada pelo jornal Gazeta do Povo, de Curitiba, a psicóloga Lídia Weber afirmou que bater nos filhos, além de constituir um equívoco, não resolve o problema do mau comportamento e é, portanto, uma medida não educativa.
Em sua fala a professora relacionou 12 razões pelas quais não se deve bater em criança, às quais acrescentou cinco sugestões objetivas para que os pais evitem partir para a violência contra os próprios rebentos.
O pensamento da psicóloga Lídia Weber está em sintonia com a proposta espírita e com as pesquisas mais recentes feitas em torno do tema educação e agressividade.
Lembremos, a propósito disso, que segundo o pesquisador americano Robert Blum, da Universidade de Minnesota, a principal causa de agressividade da criança é a falta de amor. A criança que não se sente amada, querida e cuidada pelos pais pode tornar-se violenta, afirma Robert Blum, que baseia sua tese em uma pesquisa realizada com 12 mil meninos, a pedido da Clínica Mayo, a qual recebeu o apoio dos psicanalistas Fritz Redl e David Wineman, autores dos livros Crianças Agressivas e O Tratamento de Crianças Agressivas.
A tese é igualmente aceita pelo conhecido psiquiatra Haim Gruspun, de São Paulo (SP), que confessou oportunamente: "Já acreditei que bater desse resultados". "Hoje digo que não se deve bater nunca numa criança."
Conclusão semelhante se pode ler na tese que a antropóloga brasileira Maria de Fátima Fontes Lorenzo apresentou à Universidade Autônoma de Barcelona, na qual declara que o amor é a razão dos problemas do mundo e também a solução para eles. Segundo ela, as dificuldades em amar é que têm provocado os principais males da sociedade contemporânea, como o uso de drogas, a depressão e até mesmo os suicídios, problemas que no fundo resultam da falta de amor.
José Herculano Pires, em sua extraordinária obra Pedagogia Espírita (pp. 182 a 184), adverte que os dois problemas – o da educação no lar e o da educação na escola – giram em torno de um mesmo eixo. Os pais são os professores no lar e os mestres são os pais na escola.
Muito mais do que um fenômeno biológico, a paternidade e a maternidade constituem uma relação psíquica e, portanto, espiritual.
A criança já nasce com o acervo pessoal de suas conquistas no processo evolutivo. A tarefa dos pais, como a dos mestres, é ajudá-la a integrar-se na posse desse acervo e enriquecê-lo ainda mais.
Assim, para que a educação se desenvolva de maneira harmoniosa e eficiente é necessária a conjugação do lar com a escola, dos pais com os mestres.
As crianças, observa Herculano, necessitam de afeto, de carinho, de atenção. A natureza humana é diferente da natureza animal. Não se pode nem se deve querer domesticar uma criança como se fosse um cachorrinho, domá-la como se fosse um potro. Cada criança é uma inteligência despertando para a vida, é uma consciência que desabrocha.
Educar é amar, porque a mecânica da educação é a ajuda, o amparo, o estímulo. A vara, o ponteiro, a palmatória, as descomposturas e os gritos pertencem à domesticação e não à educação.
A violência contra a criança é um estímulo negativo que desperta suas reações inferiores, acorda a fera do passado na criaturinha vestida de inocência que Deus nos enviou. Só o amor educa, só a ternura faz as almas crescerem no bem.



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