sábado, 9 de julho de 2016

Contos e crônicas



Inteligência & memória

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Leitor amigo hoje falar-te-ei sobre um assunto que muito te interessa: memória e inteligência. Como escrevo por meio do meu secretário meio desmemoriado, que resolveu colocar água no fogo para fazer um cafezinho para tomarmos dentro em pouco, pedi-lhe para anotar minhas ideias primeiro no papel, para não esquecer a água fervendo na chaleira, como já lhe ocorreu algumas vezes, em vista de seu avançado DNA (data de nascimento antigo).
— Combinado, mestre, tomarei nota com “um olho no padre e o outro na missa”. 
— Antes, olho na água e no papel, seu desmiolado.
Agora, ele parou, deu uma olhada na água, verificou que ainda não ferveu, jogou o café velho da garrafa no chão, deitou o açúcar na pia, colocou o pó na garrafa, o coador na água quente e voltou a sintonizar comigo com suas ideias obnubiladas.
Não ria, leitora, pois eu também, quando preso ao barro físico, precisava anotar tudo para não esquecer algo; inclusive anotava que era preciso anotar algo. Memória nunca foi meu forte.
Neste exato momento, o leitor de boa memória está tirando onda e falando com seu umbigo:
— Se fosse comigo, seria diferente, sou muito mais inteligente. Minha memória é excelente.
Até rimou, mas não me convenceu. Conheci gente de memória excepcional e, no entanto, verdadeiro estrupício em situações que testavam seus conhecimentos. Não gostavam de ler, detestavam escrever. Não conseguiam ficar muito tempo atentos a uma palestra ou aula... E o de que gostavam mais, em 1850, eram jogos de Super Mário Bros, ObamaCare, The Adventure Continues, etc. 
Xadrez? Nem pensar! Só mesmo a elite do Club Beethoven gostava desse jogo.
O gênio é como a luz. A do pirilampo ilumina apenas a si mesmo e sua passagem rápida pela noite. A da estrela, porém, é tanto mais intensa quanto maior é sua magnitude. Isso pouco tem a ver com o tamanho do astro ou com o tamanho da pessoa ou de sua cabeça; com meus pedidos de desculpas ao Rui Barbosa, que franze o cenho ao meu lado. Cabeção!
A genialidade requer crescimento em outro sentido, aliado à capacidade criativa pessoal, que alimente seus devaneios, além da vontade incessante em aprender para melhor discernir...
Tudo isso, todavia, não basta. É preciso praticar o que se aprende, sem medo de errar, humildade em reconhecer seu erro e esforço em se corrigir... O verdadeiro sábio é, antes de mais nada, humilde.
Quanto à memória, como qualquer deficiência orgânica, pode ser melhorada com a ingestão de óleo de peixe, vitaminas e sais minerais.
Também não adianta ter boa memória e preguiça física e mental. Como disse Thomas Édson: “a genialidade se faz com noventa e nove por cento de transpiração e um por cento de inspiração”.
Por fim, lembra-me que conhecimento não é sinal de inteligência e, sim, de acúmulo de informações. O que faremos com isso é que faz a diferença. Há pessoas que acumulam diversos títulos acadêmicos, mas, na vida de relações práticas são verdadeiros fracassos. Falta-lhes traquejo...
Queres ser gênio, amigo leitor? Siga o conselho dos sábios: seja humilde, persistente nos estudos, nas boas obras e... cuidado! Não tentes enganar ninguém.
Com trabalho perseverante e incansável vontade de aprender, esforça-te para aplicar todos os teus conhecimentos na vida prática.
Por fim, seja criativo e autêntico, pois é isso que faz a diferença...
— Joteli!
— Diga, Machado.
— Acenda o fogo.
— Que fogo?
— Da água do café.





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