sábado, 24 de dezembro de 2016

Contos e crônicas



O Senhor vem...

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Perguntas que todo filósofo faz e muitos de nós também fazemos são as seguintes: Por que Deus permite que o mal sobressaia na Terra? Por que os homens são tão cruéis que tentam impor pela força suas ideias e ideologias, desrespeitando a fé alheia e praticando todo o tipo de atrocidade em nome de Deus, Alá, Jeová, Krishna ou seja lá o que considera seu deus? Em cada mensagem divina não impera o Amor? Se o objetivo da fé é nos fazer crer numa Entidade que nos criou para que nos amemos e não pratiquemos o mal, como explicar que alguns se considerem diferentes dos demais por crerem em um deus particular, que desejam impor a todos como o único verdadeiro e em quem se deve acreditar, sob pena de morrer brutalmente assassinado quem nele não crer?
Por se rebelarem contra tais deturpações da Lei Divina é que muitos filósofos concluíram, erradamente, que Deus não existe. Como não existe algo que desconhecemos? Procuremo-Lo em nossas consciências e perceberemos que Ele existe, sim. Observemos a perfeição da Natureza, sua beleza incomparável, que não é obra nossa e, pelo efeito, remontaremos à Causa, pois se todo efeito possui uma causa, um efeito inteligente só pode ter uma Causa inteligente, como deduziu, sabiamente, Hippolyte Léon Denizard Rivail, que muitos ainda desconhecem.
Um grande número de poetas, filósofos e cientistas desertaram da vida por considerá-la sem sentido. Puro equívoco, o sentido da vida é o de nos submeter às provas materiais para que, transcendendo-as, nos espiritualizemos. Por isso, o profeta galileu nos recomendou: “Brilhe a vossa luz”. Por isso, deixou-se pregar numa cruz: para nos provar que o Espírito sobrevive à matéria. Desse modo, três dias após sua “morte desumana” ressurgiu do sepulcro e mostrou-se, não somente a seus discípulos, como também, tempo depois, a quinhentas pessoas, na Galileia. Ali, subiu novamente à montanha para renovar suas sublimes palavras:
— Bem-aventurados os que creem e mesmo os que duvidam, pois o reino de Deus não é somente para aqueles, mas para todos os que vivem para o bem sem qualquer outro objetivo a não ser o da alegria em ajudar o próximo, reflexo de si mesmos.
Reflitamos nisso e tenhamos um Natal sem ódio, sem ressentimento, mas com tolerância a todos os nossos irmãos em Humanidade, qualquer que seja a sua crença e mesmo que não a tenham.
Que em 2017 possamos contribuir com a melhoria do mundo, começando pelo esforço em sermos os primeiros a nos tornar melhores.
Concluamos nossas reflexões com o belo soneto de Auta de Souza (psicografia de Chico Xavier em Parnaso de Além-Túmulo): O Senhor vem...

E eis que Ele chega sempre de mansinho.
Haja sol, faça frio ou tempestade;
Veste o manto do amor e da verdade,
E percorre o silêncio do caminho.

Vem ao nosso amargoso torvelinho,
Traz às sombras da vida a claridade,
E os próprios sofrimentos da impiedade
São as bênçãos de luz do seu carinho.

Como o Sol que dá vida sem alarde,
Vem o Senhor que nunca chega tarde,
E protege a miséria mais sombria.

Ele chega. E o amor se perpetua...
É por isso que o homem continua
Ressurgindo da treva a cada dia.
 
Ah, sim, Rivail, para quem não sabe, foi Allan Kardec... O Senhor é Jesus Cristo.
Boas Festas!






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