domingo, 29 de janeiro de 2017

Reflexões à luz do Espiritismo


A vida faz algum sentido?

No mesmo jornal – Gazeta do Povo, de Curitiba – com diferença de apenas 15 dias, lemos as declarações abaixo, dadas por pessoas formadas na mesma disciplina, a Psicologia:

“Acho que a gente procura sentido demais para a vida. Uma das razões para a infelicidade, acho, vem dessa incapacidade de viver com leveza, de conviver com o fato de que a vida não tem sentido.” (Contardo Calligaris, psicanalista italiano.)

“O desenvolvimento da dependência está relacionado a cinco componentes: familiar, psicológico, biológico, espiritual e social. (...) o componente espiritual tem a ver com a percepção de sentido para a vida. É muito menor a experimentação de drogas e a repetição do uso entre jovens que têm relação com a espiritualidade.” (Raphael Mestres, psicólogo, mestrando em Dependências Químicas pela Universidad del Salvador, em Buenos Aires, e coautor do livro Não dá nada, sobre dependência química.)

A vida, segundo o psicanalista Calligaris, não tem sentido. Diferente é a opinião das pessoas a quem o psicólogo Raphael Mestres se refere.
Afinal, a vida tem ou não tem sentido?
É claro que a vida tem, sim, sentido. Ela não é um tiro no escuro, nem uma novela a que falta um editor ou uma direção.
O leitor pode pensar que é dogmaticamente que nos expressamos, ignorando que a doutrina espírita não é feita de dogmas, nem é fruto de decisões conciliares ou de decretos papais. Muito diferente disso, ela se fundamenta no depoimento, confirmado milhares de vezes, de pessoas que também nutriam pensamentos equivocados, mas um dia, retornando à vida verdadeira, tiveram de rever seus conceitos.
Reportamo-nos a isso em dezembro de 2014 quando comentamos o livro Perante Deus, a primeira obra de autoria de Erick, pseudônimo utilizado por ilustre escritor brasileiro, que a transmitiu por intermédio da médium Célia Xavier de Camargo, nossa companheira de redação no jornal O Imortal e na revista O Consolador.(1)
A visão que Erick tinha da vida e do mundo, quando estava encarnado, era totalmente diversa da visão de Erick-desencarnado.
Inconformado com as desigualdades, as injustiças e as mazelas da sociedade terrena, Erick rejeitara, em vida, a ideia de Deus e, como consequência, tudo quanto decorresse daquilo que chamamos fé. A vida, para ele, como o é para Contardo Calligaris, não tinha sentido.
Adveio-lhe, no entanto, a bendita desencarnação e Erick pôde, enfim, perceber com os próprios olhos que a vida e o mundo obedecem a um planejamento meticuloso e que, na execução desse planejamento, é forte a presença do Criador e dos Benfeitores espirituais que a bondade do Pai permite que nos assistam, para que não nos afastemos do rumo que é preciso seguir para atingirmos a meta para a qual todos fomos criados.
Lemos na principal obra espírita a seguinte resposta dada pelos imortais à pergunta “Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?”:

“Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.” (O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, questão 132.)

Que existem muitos Ericks por aqui, cremos que ninguém ignora.
É, porém, uma pena que seja preciso que desencarnem para alterarem sua visão com respeito à vida, ao mundo e, sobretudo, com relação a Deus, nosso Criador, a quem tudo devemos.


(1) O texto mencionado, intitulado A presença de Deus no mundo, foi publicado neste blog. Eis o link: http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2014/12/reflexoes-luz-do-espiritismo.html






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