sábado, 11 de março de 2017

Contos e crônicas


O reencontro

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

— Queres saber de uma coisa, Machado? Teu mais belo poema foi, indubitavelmente, o soneto intitulado A Carolina. Nele, toda a expressão do amor que um ser sente por outro está sintetizada. 
— Concordo contigo, meu caro Joteli. Por que não expressares, igualmente, teu sentimento, em versos, à tua amada? Já li tuas diversas homenagens em prosa a ela, e também não te digo que jamais a tenhas enaltecido na poesia, mas ainda te falta escrever sobre algo que sintetize todo o teu amor a ela, desde que a viste pela primeira vez.
— Tudo bem, Bruxo amigo, vou atender-te com meu relato lírico, não sobre o encontro com minha amada, mas sobre

O reencontro com ela

Meu amor, nunca me esqueci do dia
Em que te vi pela primeira vez...
Vieste acompanhada e então sorrias,
Ao avistar-me ali, sem altivez.

Senti que há muito já te conhecia
E precisava agir com sensatez,
Mas não pude furtar-me à alegria
De contemplar-te a linda candidez.

Dissimulaste bem teu sentimento,
Mas tua imagem, como fonte viva,
Jorrava sempre no meu pensamento.

Uma atração mais forte que a do vento
Nos enlaçou depois por toda a vida.
Nosso reencontro foi naquele centro...

— Muito bem, Joteli, estás ficando bom nisso, mas, como eu, tua melhor praia é a prosa.
— Mas... e aqueles meus poemas premiados?
— Quanta modéstia! Também escrevi, na juventude, uma dúzia de poemas exaltados pela crítica, mas jamais alcancei o brilho de um Cruz e Sousa, no Simbolismo, de um Olavo Bilac, no Parnasianismo, ou de um Carlos Drummond de Andrade, no Modernismo.
Mete um poeminha, de vez em quando, em teu texto prosaico, mas não troques este por aquele. Vai por mim, amigo; vai por mim que não te arrependerás.
— Obrigado, Machado, mas não tenho a pretensão de agradar a todo o mundo. Desse modo, pago-te a sugestão com um piparote.






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