sábado, 13 de maio de 2017

Contos e crônicas


A era espírita

Reendereçamento da crônica machadiana de 7 de junho de 1889 (Gazeta de Notícias)

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Não aceito que me chamem de falso profeta; então, adianto-me na publicação do que ocorrerá, no Brasil, nos próximos meses: o sapo cururu continuará cantando e a vaca permanecerá no brejo.
Evoquei Nostradamus para uma entrevista sobre o futuro brasileiro (daqui do mundo espiritual também fazemos evocações) e ele me disse que, ou o Brasil acaba com o jeitinho, ou o jeitinho acaba com o Brasil. O que não pode, mesmo, continuar é esses para lamentares no comando da situação política do país. O povo precisa unir-se e dar um basta à corrupção endêmica nacional, que alcançou, ultimamente, níveis inimagináveis em qualquer republiqueta.
Bilhões foram pelo ralo da roubalheira crassa e institucionalizada nestas últimas duas décadas. Com o montante desviado, daria para resolver os problemas da educação, da saúde, da segurança, no Brasil que, assim, ingressaria na elite das nações mais desenvolvidas do mundo.
— E qual seria a causa principal de todo esse descalabro, Machado?
— Uma praga chamada materialismo. Acabemos com ela e tudo será resolvido. O materialista utiliza-se de todos os recursos que atraem as almas ingênuas para uma vida inconsequente.
— Então, que se deve fazer?
— Investir na educação do espírito, como um todo: corpo, mente e alma.
Nos cuidados com o corpo, mostrar à criança e ao jovem a importância de uma vida sadia, pela prática de esportes, cuidados higiênicos, boa alimentação e atividades intelecto-morais. No trato da mente, educá-los para uma vida intelectual e moral elevada, buscando o apoio de uma fé que lhes satisfaça a razão e o coração. No zelo da alma, fornecer-lhes todos os recursos para o conhecimento de si, a fim de perceber o outro e desenvolver o gosto pelo bem-estar do próximo, base para o próprio bem. Valorizar o trabalho, como ocorre em países como a Dinamarca, nivelar os salários e acabar com as mordomias de agentes e servidores públicos...
— E que pode o Espiritismo fazer para contribuir com isso?
— Faço minhas as palavras de Allan Kardec: “[...] uma nação iniciada no Espiritismo tornar-se-á a mais admirável e a mais feliz das nações” (Apud FRIGÉRI, Reformador, maio 2017).
— E que ganhamos com o estudo do Espiritismo, amigo Machado?
— Meu caro Joteli, repetindo o Codificador, “[...] quem se der ao trabalho de aprofundar a questão do Espiritismo encontra nele uma satisfação moral tão grande, a solução de tantos problemas que inutilmente havia pedido às teorias vulgares; o futuro se desdobra à sua frente de maneira tão clara, tão precisa e tão lógica, que a si mesmo confessa a impossibilidade de as coisas realmente não se passarem assim [...] (op. cit.).
— E como podemos divulgá-lo melhor, Machado, uma vez que o Espiritismo é a grande mensagem do Cristo para regeneração da humanidade e extinção do mal na Terra?
— Proporcionando a todos o “livre-exame”, mas também pelos efeitos elevados sobre nossa alma que demonstrarmos a todos que nos observam. Espiritismo prático é a essência de sua propaganda. Por isso, adotou a máxima: “Fora da caridade, não há salvação” em sua bandeira. E, finalizando, com as palavras de Kardec, “[...] sua propagada se faz dizendo: vede os prós e os contras; julgai o que melhor satisfaz o vosso julgamento, o que corresponde melhor às vossas esperanças e aspirações, o que mais vos toca o coração, e decidi-vos com conhecimento de causa” (op. cit.).
Conclui Kardec que, “[...] Bem compreendido, o Espiritismo é, para a vida da alma, o que o trabalho material é para a vida do corpo. Ocupai-vos dele com esse objetivo e ficai certos de que quando tiverdes feito, para o vosso melhoramento moral, a metade do que fazeis para melhorar a vossa existência material, tereis feito a Humanidade dar um grande passo (id.).
— Machado, se o sapo cururu e os seus cúmplices houvessem tido uma educação intelecto-moral, como a proposta pela Doutrina Espírita, ou eles mudariam de profissão ou mudariam o Brasil...
— ... O mundo.






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