sábado, 17 de junho de 2017

Contos e crônicas


Governo espúrio e referendo

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Amigo leitor, vou narrar-lhe uma história que o deixará indignado, mas enquanto esse sentimento existir nos corações das pessoas de bem ainda haverá esperança para um mundo menos hipócrita.
Em certo país das Américas, há um tribunal chamado EST, cuja função principal é julgar, administrar e legislar tudo o que se relaciona com as eleições executivas e legislativas do país. It is the EST que averigua as condições de elegibilidade ou de inelegibilidade de um candidato a vereador, prefeito, deputado, senador, governador e presidente da república. A inelegibilidade decorre dos chamados crimes eleitorais, devidamente comprovados.
Caso seja constatada a responsabilidade de uma chapa eleitoral, o tribunal, por dever de ofício, deve cassá-la. Antes, porém, do julgamento, é nomeado um relator que, após minuciosa pesquisa dos fatos disponibilizados a todos os interessados, submete-o ao plenário do EST, composto de sete ministros, um dos quais é seu presidente e que também vota quando houver empate, por meio do chamado voto de Minerva.
E quem fiscaliza essas atividades do EST? O Ministério Público Federal e o povo.
No citado país, o poder é democrático, ou seja, o governo é do povo como reza sua Constituição, também chamada Carta Magna, Carta Maior, Lei Maior, Lei das Leis, Lei Suprema, Lei Básica, Carta da República, Texto Constitucional etc., etc., etc. E haja reza...
O poder político, exercido em nome do povo, o verdadeiro detentor desse poder, é exercido de duas formas, nessa democracia: direta ou indireta.
Falemos, inicialmente, da última dessas formas, a indireta, cujo exercício decorre da eleição de seus representantes que exercerão os cargos administrativos, fiscalizadores e legislativos por meio do voto. Os administradores são o presidente, os governadores e os prefeitos. Os legisladores são os parlamentares: vereadores, deputados e senadores. Todas as pessoas em condições legais de votar e ser votadas possuem direitos políticos, ou seja, podem escolher e ser escolhidas para o exercício de um dos cargos supracitados em cada legislatura.
Conclusão: é o povo que exerce o poder. Os governantes e legisladores são seus representantes. Quando o povo sai às ruas para manifestar sua insatisfação com algum governante, mas não quando alguns grupos agitadores, ligados a partidos políticos, se manifestam, é preciso fazer algo para atender sua vontade. Pois, repito, de acordo com o parágrafo único do artigo 1º da Constituição Federal da República Federativa do Brasil: “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.
Agora, falando o português casto, e se o representante da chapa eleita nomeia para o TSE ministros para fiscalizarem a eleição na qual aquele é o presidente da República que, outrora vice-presidente, em chapa única, substituiu a presidente deposta a pedido do povo na maior manifestação popular PACÍFICA que se conhece no mundo?
E se, ainda assim, esses ministros, mesmo os que votaram a favor da não cassação, consideram que os crimes cometidos na eleição dessa chapa única são gravíssimos?
E se, exercendo o direito de seu voto de desempate a favor da chapa única contestada, que integrava o então vice-presidente da república, o presidente do TSE alega que não se cassa um chefe de governo a toda hora e vota pela permanência de quem já não representa a vontade popular, no poder, rejeitando um trabalho impecável do relator dos fatos probatórios de abuso de poder econômico e político na campanha eleitoral?
Isso não é uma vergonha? Você não se sente indignado com essa facécia infame?
Agora, e se, com base em sua prerrogativa de exercer o poder de forma direta, o povo, e não manifestantes políticos, como aquele o fez antes do afastamento da primeira mandatária desse governo espúrio, voltar às ruas e exigir a saída do presidente?
Duas consequências podem advir daí: instaurar-se uma ditadura no país, o que não seria bom para ninguém; ou ser feito um julgamento justo, posteriormente, por meio de um referendo em que o povo, manifestando sua indignação, possa rejeitar o mandato do atual presidente da República e de todos os políticos comprovadamente corruptos que infestam nossa nação.
É preciso uma limpeza ética profunda no Brasil, para que possamos ser, de fato, o “coração do mundo e a pátria do Evangelho”, como anunciou o Espírito Humberto de Campos, pela psicografia do inolvidável Chico Xavier.
Aguardemos os novos capítulos desta novela, amigos, e confiemos em Deus!








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