quinta-feira, 27 de julho de 2017

Iniciação ao estudo da doutrina espírita





Vida de isolamento e voto de silêncio

Este é o módulo 38 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura. 

Questões para debate

1. A vida de isolamento contraria as leis naturais? por quê?
2. Quais as principais consequências da insociabilidade?
3. Por que o convívio social é importante para os seres humanos?
4. Que diz a doutrina espírita sobre o voto de silêncio?
5. Como deve viver o cristão no mundo que habitamos?

Texto para leitura

O insulamento é incompatível com o progresso
1. A criatura humana, pela sua estrutura ético-psicológica, é dotada por Deus de sentimentos e emoções que a obrigam e a impelem para a vida social. Deus fez o homem para viver em sociedade e para isso outorgou-lhe o atributo da palavra, que é o veículo da comunicação entre os encarnados.
2. Sendo por excelência um ser gregário, um animal social, como há séculos já apregoava a filosofia aristotélica, o homem não pode viver isoladamente.
3. A vida solitária por opção revela quase sempre uma fuga inconcebível, porque indica infração às leis divinas do trabalho e do amor. O insulamento é incompatível com o sentimento de fraternidade que deve existir nos corações humanos.
4. Como o homem não é dotado inicialmente de autossuficiência, condição conseguida pelo trabalho e pelo progresso, ele é dependente do seu semelhante. As faculdades humanas não estão desenvolvidas no mesmo grau e, por isso, como lembra Deolindo Amorim, “há necessidade de viverem uns pelos outros e para os outros, tendo como ponto convergente o bem comum”.

Sem o contato social o Espírito se embrutece
5. O insulamento, como já vimos anteriormente, é contrário à lei da Natureza, isso porque pelo próprio instinto o homem busca a vida comunitária de modo a concorrer para o progresso, mediante o auxílio recíproco. A solidão torna o homem improdutivo e inútil para os seus semelhantes e isso “não pode agradar a Deus”.
6. A insociabilidade, ao gerar a solidão, atenta contra o próprio instinto de conservação e perpetuação da espécie, entrava o progresso e, dessa forma, embrutece e enfraquece o homem que a ela se devota ou se agarra como fuga.
7. Os cultores da vida reclusa se enfraquecem pela improdutividade e pela estagnação quanto às aquisições dos tesouros da sabedoria e da experiência. Essa atitude revela uma forma de egoísmo e, por isso, só merece reprovação, à luz dos ensinamentos espíritas.
8. Como observa Rodolfo Calligaris, não há “como desenvolver e burilar nossas faculdades intelectuais e morais senão no convívio social, nessa permuta constante de afeições, conhecimentos e experiências, sem a qual a sorte do nosso Espírito seria o embrutecimento e a estiolação”.

O voto de silêncio não passa de uma tolice
9. O voto de silêncio adotado por alguns religiosos nada edifica, porque impede a comunicação entre os indivíduos, o que, em última análise, como sustentam os Espíritos Superiores, “é uma tolice”. A palavra é uma faculdade natural concedida por Deus ao homem, para facultar-lhe ocasiões de fazer o bem e de cumprir a lei do progresso. Se Deus quisesse silenciar suas criaturas pensantes, não lhes teria conferido esse dinâmico atributo.
10. Devemos considerar, evidentemente, que há ocasiões em que o silêncio pode fazer-se necessário, a exemplo dos momentos de recolhimento espiritual, em que o Espírito, mais livre, entra em contato com o Criador ou seus prepostos. Fora disso, a vida contemplativa é geralmente improdutiva e não existem motivos que a justifiquem.
11. Nesse sentido, um Espírito Protetor adverte (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. 17, item 10):
 “Não julgueis que exortando-vos incessantemente à prece e à evocação mental pretendamos vivais uma vida mística, que vos conserve fora das leis da sociedade onde estais condenados a viver. Não. Vivei com os homens da vossa época, como devem viver os homens. Sacrificai-vos às necessidades, mesmo às frivolidades do dia, mas sacrificai-vos com um sentimento de pureza que as possa santificar. Sois chamados a estar em contato com Espíritos de naturezas diferentes, de caracteres opostos: não choqueis a nenhum daqueles com quem estiverdes. Não consiste a virtude em assumirdes severo e lúgubre aspecto, em repelirdes os prazeres que as vossas condições humanas vos permitem. Basta reporteis todos os atos da vossa vida ao Criador que vo-la deu”.

Respostas às questões propostas

1. A vida de isolamento contraria as leis naturais? por quê?
Sim. Sendo por excelência um ser gregário, um animal social, como há séculos já apregoava a filosofia aristotélica, o homem não pode viver isoladamente. A vida solitária por opção revela sempre uma fuga inconcebível, porque indica infração às leis divinas do trabalho e do amor. O insulamento é incompatível com o sentimento de fraternidade que deve existir nos corações humanos.
2. Quais as principais consequências da insociabilidade?
A solidão torna o homem improdutivo e inútil para os seus semelhantes e isso “não pode agradar a Deus”. A insociabilidade, ao gerar a solidão, atenta contra o próprio instinto de conservação e perpetuação da espécie, entrava o progresso e, dessa forma, embrutece e enfraquece o homem que a ela se devota ou se agarra como fuga. Os cultores da vida reclusa se enfraquecem pela improdutividade e pela estagnação quanto às aquisições dos tesouros da sabedoria e da experiência. Essa atitude revela uma forma de egoísmo e, por isso, só merece reprovação, à luz dos ensinamentos espíritas.
3. Por que o convívio social é importante para os seres humanos?
Valendo-nos das palavras de Rodolfo Calligaris, não há “como desenvolver e burilar nossas faculdades intelectuais e morais senão no convívio social, nessa permuta constante de afeições, conhecimentos e experiências, sem a qual a sorte do nosso Espírito seria o embrutecimento e a estiolação”.
4. Que diz a doutrina espírita sobre o voto de silêncio?
O voto de silêncio adotado por alguns religiosos nada edifica porquanto impede a comunicação entre os indivíduos, o que, em última análise, como sustentam os Espíritos Superiores, “é uma tolice”. A palavra é uma faculdade natural concedida por Deus ao homem, para facultar-lhe ocasiões de fazer o bem e de cumprir a lei do progresso. Se Deus quisesse silenciar suas criaturas pensantes, não lhes teria conferido esse dinâmico atributo. Obviamente, há ocasiões em que o silêncio se faz necessário, como os momentos de recolhimento espiritual, em que o Espírito, mais livre, entra em contacto com o Criador ou seus prepostos. Fora disso, a vida contemplativa é inteiramente improdutiva e não existem motivos que a justifiquem.
5. Como deve viver o cristão no mundo que habitamos?
Segundo um Benfeitor espiritual, o cristão deve viver como vivem os homens. Propõe-nos ele: “Sacrificai-vos às necessidades, mesmo às frivolidades do dia, mas sacrificai-vos com um sentimento de pureza que as possa santificar”. “Não consiste a virtude em assumirdes severo e lúgubre aspecto, em repelirdes os prazeres que as vossas condições humanas vos permitem. Basta reporteis todos os atos da vossa vida ao Criador que vo-la deu.”

Nota:
Eis os links que remetem aos 3 últimos  textos:




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