quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Iniciação ao estudo da doutrina espírita






Os elementos gerais do Universo

Este é o módulo 56 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura. 

Questões para debate

1. Que é que hoje a Ciência entende por matéria?
2. Como o Espiritismo define a matéria?
3. Há quantos elementos gerais no Universo?
4. Que informações o Espiritismo nos dá com relação ao fluido universal?
5. Com relação à matéria, que é que nos ensina a Doutrina Espírita?

Texto para leitura

A matéria existe em estados que o homem ignora
1. Além da Ciência, que é a fonte dos conhecimentos que o homem pode adquirir com o próprio esforço, aplicando a inteligência, a lógica dos raciocínios e o método experimental, tem ele na revelação outra importante fonte de aquisição de conhecimentos. Deus permite que a revelação lhe seja feita por intermédio de Espíritos Superiores, no domínio exclusivo da ciência pura, isto é, sem quaisquer objetivos utilitaristas, aplicação prática ou tecnológica.
2. A Ciência terrena limitou-se até hoje a considerar como únicas realidades existentes a matéria e a energia. Aprofundando-se, no entanto, no estudo desses dois elementos, o homem chegou à conclusão de que estão eles de tal modo e tão estreitamente relacionados que representam, em verdade, duas expressões de uma só e mesma realidade, não sendo a matéria mais do que energia condensada ou concentrada, limitada em sua força e dinamismo próprios, verdadeiramente escravizada, encerrada, em âmbitos restritos para formar as massas densas dos corpos materiais.
3. Inversamente, em determinadas condições, é a matéria atingida em sua massa, desconcentrando-se, descondensando-se, desintegrando-se e libertando energia em radiações diversas de natureza corpuscular. Há, assim, sempre, lado a lado no Universo, matéria densa e energia livre em interações recíprocas, que condicionam os dois processos inversos de condensação e de libertação de energia. Enorme já é o acervo de conhecimentos que sobre esse aspecto do Universo a Ciência e a tecnologia permitiram ao homem acumular, mas que, evidentemente, escapa aos objetivos deste resumo.
4. É importante, no entanto, assinalar que a Ciência não considera, na constituição do Universo, senão o elemento material, quer em seu estado denso, quer em suas manifestações energéticas. A revelação não procedeu assim e foi além, ao ensinar que existem fundamentalmente dois elementos gerais no Universo: o elemento material e o elemento espiritual. E mais: o elemento material não abrange somente as formas densas, visíveis e tangíveis, dotadas de massa e ponderabilidade, extensão e impenetrabilidade, mas também estados sutis, inacessíveis aos nossos sentidos, em que desaparecem a tangibilidade e a ponderabilidade e surge a característica penetrabilidade, com relação à massa densa.
5. Ao tratar do assunto, em resposta a pergunta formulada por Kardec, os Espíritos Superiores esclareceram que a matéria existe em estados que o homem ignora e pode ser, por exemplo, tão etérea e sutil que nenhuma impressão causa aos sentidos. Definindo-a, eles disseram: “A matéria é o laço que prende o Espírito; é o instrumento de que este se serve e sobre o qual, ao mesmo tempo, exerce sua ação”. (Cf. O Livro dos Espíritos, questão 22.) 

Matéria e espírito são os elementos gerais do Universo
6. Conforme o ensinamento que os Espíritos transmitiram naquela oportunidade, dois são os elementos gerais do Universo: a matéria e o espírito, e acima de tudo, Deus, o Criador, o Pai de todas as coisas. Deus, espírito e matéria constituem, portanto, o princípio de tudo o que existe, a trindade universal.
7. Informam, no entanto, os instrutores invisíveis que ao elemento material é preciso juntar o fluido universal, que desempenha o papel de intermediário entre o espírito e a matéria propriamente dita, demais grosseira para que o espírito possa exercer ação sobre ela.
8. Embora seja lícito classificá-lo como elemento material, o fluido universal dele se distingue por propriedades especiais. Ele está colocado entre o espírito e a matéria. É fluido, como a matéria é matéria, e suscetível, por suas inumeráveis combinações com a matéria, de produzir sob a ação do espírito a infinita variedade das coisas de que somente conhecemos uma parte mínima. O fluido universal, também chamado de fluido cósmico, primitivo ou elementar, é não só o agente de que o espírito se utiliza, mas também o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e não adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá.
9. Tudo no Universo, como vemos, procede de Deus, que criou o fluido universal que enche o espaço infinito e é, verdadeiramente, o elemento primitivo a partir do qual se forma o que no Universo é material, como os planetas e os seres. Mas Deus criou também o espírito, elemento inteligente, que é submetido a longa elaboração através dos diversos reinos da Natureza. Ao longo desse processo, o princípio inteligente recebe impressões que, pela repetição, vão-se fixando, dando origem a automatismos, reflexos, memória, instintos e hábitos que acabam por integrar-se em individualidades conscientes, dotadas de razão e vontade, livre-arbítrio e responsabilidade.
10. A ideia criadora procede, portanto, de Deus e pode surgir no espírito, do que se conclui que só o espírito pode conceber ideias; a matéria, não. A ideia toma forma pela ação da vontade divina ou do espírito sobre o fluido universal que, pela sua natureza intermediária entre o espírito e a matéria, está apto a receber influência daquele, transmitindo-a a esta. 

O fluido universal é o princípio elementar de todas as coisas
11. Em síntese, Kardec consigna em sua obra os seguintes ensinamentos acerca do fluido universal: 1º - O fluido universal é uma criação divina, não uma emanação do Criador. 2º - É ele o princípio elementar de todas as coisas. 3º - Para encontrá-lo em sua simplicidade absoluta, é preciso ascender aos Espíritos puros, porque em nosso mundo ele está mais ou menos modificado, para formar a matéria compacta que nos cerca. 4º - O estado que mais se aproxima de sua simplicidade absoluta é o que chamamos fluido magnético animal. 5º - O fluido universal é imponderável.
12. Com relação à matéria, ensina o Espiritismo: 1º - A matéria é formada de um só elemento primitivo; os corpos considerados simples são, em verdade, transformações da matéria primitiva. 2º - As propriedades da matéria decorrem das modificações que as moléculas elementares sofrem, em certas circunstâncias, por efeito da sua união. 3º - A matéria elementar é suscetível de experimentar todas as modificações e de adquirir todas as propriedades. 4º - É acertada a opinião dos que dizem que há na matéria apenas duas propriedades essenciais: a força e o movimento. As demais propriedades não passam de efeitos secundários que variam conforme a intensidade da força, a direção do movimento e a disposição das moléculas. 5º - As moléculas têm forma, que é constante nas moléculas elementares primitivas e variável nas moléculas secundárias, que nada mais são que aglomerações das primeiras. 6º - O que chamamos molécula está muito longe da molécula elementar.
13. Os ensinamentos espíritas com relação à matéria constituem admirável antecipação das verdades sobre a descontinuidade da matéria e a sua unicidade. A primeira já foi provada experimentalmente pela Ciência; a segunda é admitida hoje como inteiramente provável.
14. Com efeito, embora se considerem atualmente, na base da constituição da matéria, além das moléculas e dos átomos, numerosas outras partículas, como os hádrons [1] e os léptons [2], ao tempo de Kardec as partículas consideradas como as menores porções das substâncias chamavam-se moléculas. Kardec não podia, portanto, empregar em sua época outro termo senão moléculas para designar essas partículas, tanto as que representam a matéria densa como os estados sutis da matéria derivados diretamente do fluido universal.
15. A ideia é, porém, a mesma, ou seja, a matéria é una e, apesar de sua aparente diversidade, todas as modalidades de substâncias nada mais são que modificações da matéria cósmica ou substância elementar primitiva, da qual deriva tudo o que é material no Universo.

Respostas às questões propostas

1. Que é que hoje a Ciência entende por matéria?
Matéria não é senão energia condensada ou concentrada, limitada em sua força e dinamismo próprios, verdadeiramente escravizada, encerrada, em âmbitos restritos para formar as massas densas dos corpos materiais.
2. Como o Espiritismo define a matéria?
Segundo a Doutrina Espírita, a matéria existe em estados que o homem ignora e pode ser, por exemplo, tão etérea e sutil que nenhuma impressão causa aos sentidos. Definindo-a, diz o Espiritismo: “A matéria é o laço que prende o Espírito; é o instrumento de que este se serve e sobre o qual, ao mesmo tempo, exerce sua ação”.
3. Há quantos elementos gerais no Universo?
Dois são, segundo o Espiritismo, os elementos gerais do Universo: a matéria e o espírito, e acima de tudo, Deus, o Criador, o Pai de todas as coisas. Mas - lembram os imortais - ao elemento material é preciso juntar o fluido universal, que desempenha o papel de intermediário entre o espírito e a matéria propriamente dita, que é por demais grosseira para que o espírito possa exercer ação sobre ela.
4. Que informações o Espiritismo nos dá com relação ao fluido universal?
Embora seja lícito classificá-lo como elemento material, o fluido universal se distingue por propriedades especiais. Ele está colocado entre o espírito e a matéria. É fluido, como a matéria é matéria, e suscetível, por suas inumeráveis combinações com a matéria, de produzir sob a ação do espírito a infinita variedade das coisas de que somente conhecemos uma parte mínima. O fluido universal, também chamado de fluido cósmico, primitivo ou elementar, é não só o agente de que o espírito se utiliza, mas também o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e não adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá.
5. Com relação à matéria, que é que nos ensina a Doutrina Espírita?
A matéria é formada de um só elemento primitivo; os corpos considerados simples são, em verdade, transformações da matéria primitiva. As propriedades da matéria decorrem das modificações que as moléculas elementares sofrem, em certas circunstâncias, por efeito da sua união. A matéria elementar é suscetível de experimentar todas as modificações e de adquirir todas as propriedades. Há na matéria apenas duas propriedades essenciais: a força e o movimento. As demais propriedades não passam de efeitos secundários que variam conforme a intensidade da força, a direção do movimento e a disposição das moléculas. As moléculas têm forma, que é constante nas moléculas elementares primitivas e variável nas moléculas secundárias, que nada mais são que aglomerações das primeiras.

[1] Hádron: designação genérica de partículas que sofrem interações fortes, e da qual se conhecem dois tipos: os bárions, formados por três quarks, e os mésons, formados por um quark e um antiquark.
[2] Lépton: Férmion que não sofre interação forte e interage com outras partículas através de interações fracas, eletromagnéticas ou gravitacionais. São léptons: o elétron, o múon, o tau, e os neutrinos associados a cada uma dessas partículas. O número de léptons se conserva nas interações entre partículas. Para cada lépton existe uma antipartícula equivalente.

Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, itens 17 a 34.  
O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, item 74.
Ciências Físicas e Biológicas, de José Coimbra Duarte, 26ª edição, págs. 17 a 19.

Nota:
Eis os links que remetem aos 3 últimos textos:





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