quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Iniciação ao estudo da doutrina espírita





Considerações sobre a existência de Deus

Este é o módulo 53 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura. 

Questões para debate

1. Quais são os princípios fundamentais da Doutrina Espírita mais relevantes?
2. Os materialistas opõem à tese da existência de Deus um argumento interessante que eles consideram irrespondível. Que argumento é esse?
3. Qual é o principal argumento apresentado pelo Espiritismo como prova da existência de Deus?
4. Como a Doutrina Espírita conceitua Deus?
5. Eram ateus os gênios da Física Albert Einstein e Isaac Newton?

Texto para leitura

A existência de Deus é um dos princípios básicos do Espiritismo
1. Um dos princípios básicos da Doutrina Espírita é o da existência de Deus como o Criador necessário de tudo o que existe e não é obra do homem. Outro, igualmente fundamental, é o da existência dos Espíritos, como criaturas suas; e outro ainda é o princípio da natureza espiritual da alma humana, considerada como Espírito encarnado, que constitui a individualidade consciente, permanente e imperecível do homem.
2. Tudo o mais que os Espíritos revelaram – a pluralidade dos mundos habitados, a encarnação e a reencarnação, a lei de causa e efeito, o princípio da necessidade das provas como meio de progresso e das cruciantes expiações –, tudo isso, que revela a suprema sabedoria do Criador, é decorrência natural daqueles princípios básicos. Fulge, no entanto, luminoso e à frente de todos, o princípio da existência do Eterno Criador.
3. Kardec iniciou O Livro dos Espíritos com um capítulo inteiramente consagrado a Deus e às provas de sua existência. Nesse livro o codificador do Espiritismo perguntou aos Espíritos onde se pode encontrar a prova de que Deus existe, e eles assim responderam: “Num axioma que aplicais às vossas ciências. Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa razão responderá” (L.E., questão 4).
4. Em A Gênese, sua última obra, após explicar, no capítulo I, o caráter da revelação espírita, o codificador trata novamente da existência de Deus, logo na abertura do capítulo II, mostrando que ela constitui o mais importante princípio da Doutrina Espírita.

Deus não se mostra, mas se revela por suas obras
5. O codificador do Espiritismo examina em seguida a opinião dos que opõem à tese da existência de Deus o pensamento de que as obras ditas da Natureza são produzidas por forças materiais que atuam mecanicamente, em virtude das leis de atração e repulsão, sob cujo império tudo ocorre, quer no reino inorgânico, quer nos reinos vegetal e animal, com uma regularidade mecânica que não acusa a ação de nenhuma inteligência livre. O homem – dizem tais opositores – movimenta o braço quando quer e como quer. Aquele, porém, que o movimentasse no mesmo sentido, desde o nascimento até à morte, seria um autômato. Ora, as forças orgânicas da Natureza são puramente automáticas.
6. Tudo isso é verdade, redarguiu Kardec, mas essas forças são efeitos que hão de ter uma causa. São elas materiais e mecânicas, mas são postas em ação, distribuídas, apropriadas às necessidades de cada coisa por uma inteligência que não é a dos homens. A aplicação útil dessas forças é um efeito inteligente, que denota uma causa inteligente.
7. O Espiritismo dá o homem uma ideia de Deus que, com a sublimidade da Revelação, está conforme à mais perfeita e justa racionalidade.
8. Convence-nos da existência do Criador sem necessidade de recorrer a outras provas que não as que provêm da simples contemplação do Universo, onde Deus se revela através de leis sábias e de obras admiráveis que constituem um conjunto grandioso de tanta harmonia e onde há perfeita adequação dos meios aos fins, que se torna impossível não ver por trás de tão portentoso mecanismo a ação de uma Suprema Inteligência, como os Espíritos Superiores fizeram questão de asseverar na resposta dada à pergunta de abertura de O Livro dos Espíritos: “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas” (O Livro dos Espíritos, pergunta 1).

A mecânica celeste não se explica por si mesma
9. Assim o compreendem, numa inata intuição de sua existência e de seu poder, todos os que não se deixaram empolgar totalmente pelo terrível entorpecer da inteligência e do sentimento humanos, que é o orgulho, reconhecendo no harmonioso mecanismo que entretém os movimentos universais a existência imprescindível de um primeiro motor transcendente. “A mecânica celeste não se explica por si mesma – escreveu Léon Denis -, e a existência de um motor inicial se impõe. A nebulosa primitiva, mãe do Sol e dos planetas, era animada de um movimento giratório. Mas quem lhe imprimira esse movimento? Respondemos sem hesitar: Deus.”
10. Assim como o reconheceu Léon Denis, já então iluminado pela luz do Espiritismo, fê-lo também Albert Einstein, com todo o rigor do seu raciocínio lógico, puramente matemático. Por muito raciocinar em busca da verdade, Einstein adquiriu um alto grau de intuição que o levou, do mesmo modo que a muitas coisas, também ao reconhecimento da existência de Deus, como fonte necessária da energia que dá o primeiro impulso a tudo o que se move no Universo.
11. Muito antes de Einstein, igualmente Isaac Newton teve de reconhecer a existência necessária de uma causa transcendente e de um primeiro motor para explicar o movimento dos planetas. Apesar de descobrir a grande lei da gravitação universal, que viria aparentemente resolver esse milenar problema, no fim de seu livro Princípios matemáticos de filosofia natural o grande matemático declarou-se impotente para explicar aqueles movimentos somente pelas leis da Mecânica.

Respostas às questões propostas

1. Quais são os princípios fundamentais da Doutrina Espírita mais relevantes?
A existência de Deus como o Criador necessário de tudo o que existe; a existência dos Espíritos; a natureza espiritual da alma humana, considerada como Espírito encarnado; a pluralidade dos mundos habitados; a reencarnação e a lei de causa e efeito.
2. Os materialistas opõem à tese da existência de Deus um argumento interessante que eles consideram irrespondível. Que argumento é esse?
Eles opõem à tese da existência de Deus o pensamento de que as obras ditas da Natureza são produzidas por forças materiais que atuam mecanicamente, em virtude das leis de atração e repulsão, sob cujo império tudo ocorre, quer no reino inorgânico, quer nos reinos vegetal e animal, com uma regularidade mecânica que não acusa a ação de nenhuma inteligência livre, porque as forças orgânicas da Natureza seriam, segundo eles, puramente automáticas.
3. Qual é o principal argumento apresentado pelo Espiritismo como prova da existência de Deus?
Segundo o ensino espírita, a prova de que Deus existe pode ser encontrada num axioma aplicável às ciências: não há efeito sem causa. Procuremos a causa de tudo o que não é obra do homem e a razão nos responderá. Aos materialistas, Kardec disse que as forças orgânicas da Natureza, que eles consideram automáticas, são na verdade efeitos que hão de ter uma causa. São elas materiais e mecânicas, mas são postas em ação, distribuídas, apropriadas às necessidades de cada coisa por uma inteligência que não é a dos homens.
4. Como a Doutrina Espírita conceitua Deus?
Deus é, segundo o Espiritismo, a inteligência suprema, a causa primária de todas as coisas.
5. Eram ateus os gênios da Física Albert Einstein e Isaac Newton?
Não. Einstein reconhecia a existência de Deus como fonte necessária da energia que dá o primeiro impulso a tudo o que se move no Universo e Newton, muito antes dele, declarou-se impotente para explicar os movimentos dos astros somente pelas leis da Mecânica.


Nota:
Eis os links que remetem aos 3 últimos textos:




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