quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Iniciação ao estudo da doutrina espírita






Formação dos mundos e
dos seres vivos

Este é o módulo 58 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura. 

Questões para debate

1. De que são formados os órgãos dos seres vivos?
2. Como se formam os compostos minerais? E os compostos orgânicos?
3. Que são germens?
4. Como apareceram os seres vivos na Terra?
5. Que ensina o Espiritismo a respeito da formação dos mundos?

Texto para leitura

A estrutura dos seres vivos não é simples como a dos minerais
1. Nos mundos como a Terra, ao lado dos corpos materiais que formam o substrato permanente do solo ou crosta terrestre, das águas dos mares e dos gases da sua atmosfera, há seres que apresentam um ciclo de existência, isto é, nascem, crescem, desenvolvem-se e reproduzem-se, definham e morrem. São os seres vivos – os vegetais e os animais. Nos seus corpos não há a estrutura simples e relativamente homogênea de um mineral, mas a heterogeneidade de uma organização completa, órgãos que se associam em sistemas e aparelhos, com vistas à realização das complexíssimas funções vitais.
2. Os órgãos dos seres vivos são formados por tecidos específicos que, por sua vez, resultam da associação de pequeninas células. Caracterizam-se, assim, os seres vivos, por sua organização celular, havendo-os também unicelulares, ou seja, formados por uma única célula. Esta é a unidade vital em que se realizam, por intermédio de orgânulos ou corpúsculos celulares, todas as funções que caracterizam o ciclo da vida, desde o nascimento até a morte. A formação dos seres vivos obedece às mesmas leis químicas que regulam a formação das substâncias minerais, o que significa que as substâncias orgânicas que entram na constituição dos corpos vegetais e animais são constituídas pelos mesmos princípios ou elementos químicos e obedecem, na sua formação, às mesmas leis que regem a constituição das substâncias inorgânicas.
3. É sabido como se formam os compostos minerais: os elementos se combinam obedecendo, em primeiro lugar, às afinidades existentes entre eles e decorrentes das estruturas específicas de seus átomos, e, em segundo lugar, às leis das combinações químicas, entre as quais sobrelevam a da conservação das massas (de Lavoisier) e a das proporções definidas (de Proust).
4. Quando em dadas condições os elementos se combinam para formar um determinado composto, as massas que se combinam guardam entre si e com a massa do produto da reação relações constantes. Por exemplo: o hidrogênio e o oxigênio apresentam grande afinidade química e, em condições apropriadas, se combinam para formar água. Ao combinar-se, suas massas guardam entre si uma relação invariável que, expressa pelos menores números inteiros, é de 1 para 8. Poderíamos multiplicar os exemplos com as combinações binárias do oxigênio com os metais, de que resultam os óxidos metálicos, do flúor, do cloro, do bromo, do iodo, formando fluoretos, cloretos, brometos e iodetos etc.

Os seres vivos procedem sempre de um gérmen
5. O que se quer ressaltar é que os compostos orgânicos se formam a partir dos mesmos elementos químicos que entram na composição dos compostos inorgânicos ou minerais e obedecem às mesmas leis de conservação e proporcionalidade. Os compostos orgânicos apresentam somente a particularidade de terem todos eles como elemento primordial o carbono, vindo depois, em importância, o hidrogênio, o oxigênio e o nitrogênio [1] e, em seguida, o enxofre, o fósforo, o ferro e muitos outros elementos.
6. Dizendo, porém, que os compostos orgânicos se constituem dos mesmos princípios elementares e obedecem às mesmas leis, referimo-nos a eles considerados em si mesmos, isoladamente, ou tão somente como substâncias individuais e específicas, não como participantes dos conjuntos biológicos, nas células, nos tecidos, nos órgãos e nos organismos vegetais e animais, porque aí essas substâncias aparecem conjugadas numa integração funcional para constituírem uma unidade viva, fato que reclama, evidentemente, uma força integradora, inerente a uma substância sutil que se chama princípio vital. É este princípio que comunica aos vegetais e aos animais a vida orgânica, possibilitando-lhes o exercício de todas as funções vitais.
7. O ser vivo, contudo, nunca se mostra desde o início de sua existência como o conhecemos no indivíduo adulto. Vegetal ou animal, procede sempre de um gérmen. Os germens são sistemas orgânicos minúsculos em que potencialidades funcionais se encontram em estado latente, à espera de condições propícias de calor, umidade, meio nutritivo apropriado, para eclodirem, determinando o crescimento, o desenvolvimento e a multiplicação celular, de modo que surja do gérmen o embrião, e do embrião o ser completo.
8. Foi a partir desses germens que a vida apareceu na Terra. No começo, quando tudo era ainda caos, os elementos se mantinham separados, em sutilíssimos estados de fluidez e disseminados na imensidão do espaço. Pouco a pouco foram cessando as causas que os mantinham afastados e eles se foram combinando, obedecendo às recíprocas afinidades, de acordo com as condições que iam surgindo e conforme às leis das combinações químicas. Formaram-se, assim, todas as modalidades de matéria e até mesmo a matéria dos germens das diversas espécies animais e vegetais. Só que neles a vida permanecia ainda latente, como se dá com as sementes e as crisálidas, que permanecem inertes até que condições propícias lhes proporcionem fluido vital que lhes comunique o movimento da vida.

Nada existiria no Universo, não fosse a Vontade Divina
9. Uma vez formados a partir dos seus germens, os seres vivos traziam em si mesmos, absorvidos, os elementos que poderiam servir para a própria formação e passaram a transmiti-los, segundo as leis da reprodução. A espécie humana terá do mesmo modo surgido na Terra, que lhe conteria na atmosfera ou na própria crosta os germens, como se pode deduzir das respostas dadas pelos Espíritos Superiores a Kardec, nas questões 44, 47 e 49 d’ O Livro dos Espíritos.
10. Sabemos, pela revelação dos Espíritos superiores, que Deus, ao criar a matéria primitiva, estabeleceu leis para reger suas transformações. Essas leis são, em verdade, meras diversificações de uma lei maior que a todas abrange e resume. Tudo no Universo é atração e magnetismo. A gravitação universal governa os movimentos dos mundos, mantendo-os em suas órbitas, como a gravidade condiciona o peso dos corpos, inexoravelmente atraindo-os para o centro da Terra. A força de coesão atrai as moléculas [2] das substâncias, mantendo-as solidariamente unidas para formar as massas dos corpos, e a lei de afinidade química preside à atração entre os átomos dos diferentes elementos, mantendo-os ligados, combinados nos compostos químicos.
11. Nada existiria, contudo, nem o cosmo, nem as forças cósmicas, não fosse a Vontade Divina, por cuja ação soberana tudo em realidade se criou. O começo absoluto das coisas, diz Galileu (Espírito), remonta, assim, a Deus. As sucessivas aparições delas no domínio da existência constitui a ordem da criação perpétua. Nada mais podemos avançar, senão que a matéria cósmica é a fonte de onde Deus, pelo seu pensamento e vontade, faz surgirem os mundos e os seres. A matéria cósmica primitiva continha e contém todos os elementos materiais, fluídicos e vitais de todos os mundos que se formaram e continuam a formar-se, pois a criação prossegue sempre.
12. Kardec perguntou aos Espíritos Superiores: “Poderemos conhecer o modo de formação dos mundos?” e eles responderam: “Tudo o que a esse respeito se pode dizer e podeis compreender é que os mundos se formaram pela condensação da matéria disseminada no espaço”. O codificador da doutrina espírita perguntou também se os mundos, uma vez formados, podem desaparecer, disseminando-se no espaço a matéria que os compõe, e eles informaram: “Sim, Deus renova os mundos como renova os seres vivos”. Deduz-se disso que os mundos têm seus ciclos de formação, de evolução – para que se tornem moradas apropriadas aos seres que os deverão habitar – e de desaparecimento, quando a matéria condensada que os forma se desagregará, voltando novamente ao estado fluídico e retornando, portanto, à fonte primitiva de onde saíram.

[1] No passado, como na época da codificação do Espiritismo, utilizava-se o vocábulo azoto em vez de nitrogênio, para designar esse elemento químico. O vocábulo azoto não é, porém, utilizado modernamente.
[2] Dá-se o nome de molécula ao grupamento estável de dois ou mais átomos, o que caracteriza quimicamente uma certa substância.

Respostas às questões propostas

1. De que são formados os órgãos dos seres vivos?
Os órgãos dos seres vivos são formados por tecidos específicos que, por sua vez, resultam da associação de pequeninas células. Caracterizam-se, assim, os seres vivos, por sua organização celular, havendo-os também unicelulares, ou seja, formados por uma única célula. Esta é a unidade vital em que se realizam, por intermédio de orgânulos ou corpúsculos celulares, todas as funções que caracterizam o ciclo da vida, desde o nascimento até a morte. A formação dos seres vivos obedece às mesmas leis químicas que regulam a formação das substâncias minerais, o que significa que as substâncias orgânicas que entram na constituição dos corpos vegetais e animais são constituídas pelos mesmos princípios ou elementos químicos e obedecem, na sua formação, às mesmas leis que regem a constituição das substâncias inorgânicas.
2. Como se formam os compostos minerais? E os compostos orgânicos? 
É sabido como se formam os compostos minerais: os elementos se combinam obedecendo, em primeiro lugar, às afinidades existentes entre eles e decorrentes das estruturas específicas de seus átomos e, em segundo lugar, às leis das combinações químicas, entre as quais sobrelevam a da conservação das massas (de Lavoisier) e a das proporções definidas (de Proust). Os compostos orgânicos se formam a partir dos mesmos elementos químicos que entram na composição dos compostos inorgânicos ou minerais e obedecem às mesmas leis de conservação e proporcionalidade. Os compostos orgânicos apresentam somente a particularidade de terem todos eles como elemento primordial o carbono, vindo depois, em importância, o hidrogênio, o oxigênio e o nitrogênio e, em seguida, o enxofre, o fósforo, o ferro e outros elementos.
3. Que são germens?
Seja vegetal ou animal, o ser vivo procede sempre de um gérmen. Os germens são sistemas orgânicos minúsculos em que potencialidades funcionais se encontram em estado latente, à espera de condições propícias de calor, umidade, meio nutritivo apropriado, para eclodirem, determinando o crescimento, o desenvolvimento e a multiplicação celular, de modo que surja do gérmen o embrião, e do embrião o ser completo.
4. Como apareceram os seres vivos na Terra?
A vida apareceu na Terra com o surgimento dos germens. No começo, quando tudo era ainda caos, os elementos se mantinham separados, em sutilíssimos estados de fluidez e disseminados na imensidão do espaço. Pouco a pouco foram cessando as causas que os mantinham afastados e eles se foram combinando, obedecendo às recíprocas afinidades, de acordo com as condições que iam surgindo e conforme às leis das combinações químicas. Formaram-se, assim, todas as modalidades de matéria e até mesmo a matéria dos germens das diversas espécies animais e vegetais. Só que neles a vida permanecia ainda latente, como se dá com as sementes e as crisálidas, que permanecem inertes até que condições propícias lhes proporcionem fluido vital que lhes comunique o movimento da vida. Uma vez formados a partir dos seus germens, os seres vivos traziam em si mesmos, absorvidos, os elementos que poderiam servir para a própria formação e passaram a transmiti-los, segundo as leis da reprodução. A espécie humana terá do mesmo modo surgido na Terra, que lhe conteria na atmosfera ou na própria crosta os germens, como se pode deduzir das respostas dadas pelos Espíritos Superiores a Kardec, nas questões 44, 47 e 49 d’ O Livro dos Espíritos.
5. Que ensina o Espiritismo a respeito da formação dos mundos?
Tudo o que a esse respeito se pode dizer, segundo os ensinos espíritas, é que os mundos se formaram pela condensação da matéria disseminada no espaço e que Deus os renova, como renova os seres vivos, o que nos permite deduzir que os mundos têm seus ciclos de formação, de evolução e de desaparecimento.


Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, itens 38, 39, 41, 44, 47 e 49.   
A Gênese, de Allan Kardec, itens 4, 6, 7, 10, 17, 20 e 22.

Nota:
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