quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Iniciação ao estudo da doutrina espírita




Os quatro reinos da Natureza

Este é o módulo 59 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura. 

Questões para debate

1. O reino mineral apresenta uma característica própria que o distingue dos demais. Qual é ela?
2. Que são seres inorgânicos?
3. Os seres orgânicos são todos eles constituídos de muitas células?
4. Que diferença básica existe entre os vegetais e os animais?
5. Que características especiais distinguem o homem dos outros seres?

Texto para leitura

A característica do reino mineral é a ausência de vida
1. Observando os seres da Natureza, os naturalistas os classificaram em três reinos: mineral, vegetal e animal. Neste último incluíram também o homem, considerando-o apenas do ponto de vista físico, isto é, somente em seu corpo material, que é, efetivamente, em tudo semelhante ao dos animais superiores. Considerado, no entanto, em sua integralidade, o homem distingue-se de todos os outros seres pela sua inteligência e racionalidade. Ele se destaca, pois, dos animais por qualidades que não pertencem à matéria e que constituem atributos do Espírito. Existiria, então, na Natureza um quarto reino: o hominal.
2. A distinção entre os seres da Natureza é de tal modo intuitiva que desde muito entrou no entendimento humano. Contudo, observando-se os seres mais simples dos extremos das três séries naturais, somos obrigados a reconhecer formas de transição tão sutis que é difícil determinar, dentre elas, qual a classificação exata a que pertençam.  
3. Há, porém, um caráter distintivo entre os minerais e os dos outros grupos, que nenhuma dúvida oferece ao analista: é a ausência de vida nos minerais e a presença dela nos vegetais e nos animais. Por isso, prefere-se um outro tipo de classificação que considera, de um lado, os minerais constituindo os seres brutos ou inorgânicos, e de outro, os vegetais e animais compondo o grupo dos seres vivos ou orgânicos. 
4. A presença da vida traduz-se nos seres orgânicos pela organização celular da matéria de seus corpos e o correspondente aparecimento das funções de nutrição e reprodução. Há muitos seres constituídos de uma única célula, como os protófitos, entre os vegetais, e os protozoários, entre os animais. Nos seres evoluídos, as células se reúnem em tecidos, os tecidos em órgãos e estes em sistemas e aparelhos orgânicos.

Os animais demonstram possuir certo grau de inteligência
5. Respondendo à pergunta 585 d’O Livro dos Espíritos, acerca da divisão da Natureza em três reinos, os Espíritos disseram que do ponto de vista material há apenas seres orgânicos e inorgânicos, mas do ponto de vista moral existem evidentemente quatro graus: minerais, vegetais, animais e a espécie humana.
6. Os seres que formam o reino mineral só manifestam uma força mecânica, que decorre unicamente da matéria de que são formados. Faltam-lhes inteligência e vontade. Tais seres não revelam nem mesmo instintos, o que mostra que, se neles existe algum princípio diferente da matéria, está ele completamente abafado, dormente, em total estado de latência e inatividade. 
7. Os seres que formam o reino vegetal, igualmente até certo ponto inertes e brutos, não têm inteligência nem vontade ativa, mas apresentam o movimento interior da vida e realizam um completo ciclo vital: nascem, crescem, nutrem-se, desenvolvem-se, reproduzem-se, definham e morrem. É que, além da matéria densa, são dotados do princípio vital, de que deriva essa força prodigiosa que lhes comunica a vida. Esses seres não revelam, porém, consciência alguma de sua existência, não sentem prazeres ou dores, não têm percepções e sentimentos. Só possuem vida orgânica, que lhes é comunicada por sua união com o princípio vital. 
8. Os seres que formam o reino animal vivem como os vegetais, mas apresentam movimento e sensações que os vegetais não têm, observando-se, no tocante aos animais superiores, que seus movimentos são livres e obedecem nitidamente à vontade, o que revela que possuem certo grau de inteligência. Prevalece, contudo, no animal o instinto – sua inteligência não lhe dá inteira capacidade de raciocinar.

O livre-arbítrio é apanágio da espécie humana
9. O homem, pelo seu corpo material, se assemelha aos animais, mas deles se distingue totalmente por sua natureza espiritual, por sua alma, que lhe confere razão e senso moral. Dizem os Espíritos Superiores que é muito grande a distância que existe entre a alma do homem e a alma dos animais. No homem vibra, como ser essencial, um Espírito consciente, livre e responsável, destinado a realizar na sua plenitude a pureza, a justiça, o amor e a caridade.
10. O corpo do homem se destrói, como o dos animais, mas ao seu Espírito está assinado um destino que só ele pode compreender, porque só ele é inteiramente livre. O livre-arbítrio é, como sabemos, apanágio da espécie humana. Há, ainda, outra diferença importante entre o animal e o homem: após a morte do corpo físico, a alma do animal conserva a sua individualidade, mas não a consciência do seu eu, e a vida inteligente lhe permanece em estado latente. 
11. A alma do animal – ensina o Espiritismo – fica, depois da morte de seu corpo físico, numa espécie de erraticidade, visto que não mais se acha unida ao corpo, mas não é considerada um Espírito errante, denominação que somente se aplica ao Espírito humano, que pode pensar e obrar por sua livre vontade. 
12. De idêntica faculdade não dispõem os animais. Depois da morte corpórea, a alma dos animais é classificada pelos Espíritos incumbidos dessa tarefa e utilizada quase imediatamente, embora, quanto a esse fato, existam exceções. (Veja a esse respeito - http://www.oconsolador.com.br/ano7/339/oespiritismoresponde.html .)

Respostas às questões propostas

1. O reino mineral apresenta uma característica própria que o distingue dos demais. Qual é ela?
Uma característica distintiva entre os minerais e os dos outros grupos, que nenhuma dúvida oferece ao analista, é a ausência de vida nos minerais e a presença dela nos vegetais e nos animais.
2. Que são seres inorgânicos?
Seres inorgânicos são seres sem vida, como os minerais, em oposição a seres orgânicos, nome dado aos seres vivos que compõem os reinos vegetal e animal.
3. Os seres orgânicos são todos eles constituídos de muitas células?
Não. A presença da vida nos seres orgânicos traduz-se pela organização celular da matéria de seus corpos e o correspondente aparecimento das funções de nutrição e reprodução, mas existem muitos seres vivos constituídos de uma única célula.
4. Que diferença básica existe entre os vegetais e os animais?
Os seres que formam o reino vegetal não têm inteligência nem vontade ativa. Só possuem vida orgânica, que lhes é comunicada por sua união com o princípio vital. Os seres que formam o reino animal vivem como os vegetais, mas apresentam movimento e sensações que os vegetais não têm, observando-se, no tocante aos animais superiores, que seus movimentos são livres e obedecem nitidamente à vontade, o que revela que possuem certo grau de inteligência.
5. Que características especiais distinguem o homem dos outros seres?
O homem, pelo seu corpo material, se assemelha aos animais, mas deles se distingue totalmente por sua natureza espiritual, por sua alma, que lhe confere razão e senso moral. No homem vibra, como ser essencial, um Espírito consciente, livre e responsável, destinado a realizar na sua plenitude a pureza, a justiça, o amor e a caridade.


Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, itens 585 a 600.   
A Gênese, de Allan Kardec, item 29.

Nota:
Eis os links que remetem aos 3 últimos textos:



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