quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Iniciação ao estudo da doutrina espírita





Forma e cor dos Espíritos

Este é o módulo 64 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura. 

Questões para debate

1. Os Espíritos têm uma forma determinada, limitada e constante?
2. Os Espíritos podem dividir-se e estar em muitos lugares ao mesmo tempo?
3. Existe alguma relação entre o fenômeno da ubiquidade e o fenômeno da bicorporeidade?
4. Como o Espiritismo explica o fenômeno da ubiquidade?
5. Que fator tem maior peso no tocante ao poder de irradiação dos Espíritos?

Texto para leitura

A alma é uma chama, um clarão, uma centelha etérea
1. Consultados por Kardec se os Espíritos têm forma determinada, limitada e constante, os Espíritos Superiores responderam: “Para vós, não; para nós, sim. O Espírito é, se quiserdes, uma chama, um clarão, ou uma centelha etérea” (O Livro dos Espíritos, 88). Em seguida, complementando o assunto, esclareceram que essa chama ou centelha tem uma coloração que vai, aos olhos humanos, do colorido escuro e opaco a uma cor brilhante, qual a do rubi, conforme o Espírito seja mais ou menos puro.
2. A ideia de chama, clarão, centelha etérea aplica-se, em verdade, à alma propriamente dita, não ao Espírito, como se deduz das seguintes palavras escritas, posteriormente, por Allan Kardec: “A união da alma, do perispírito e do corpo material constitui o homem; a alma e o perispírito separados do corpo constituem o ser chamado Espírito”. “A alma é assim um ser simples; o Espírito um ser duplo e o homem um ser triplo. Seria mais exato reservar a palavra alma para designar o princípio inteligente, e o termo Espírito para o ser semimaterial formado desse princípio e do corpo fluídico; mas, como não se pode conceber o princípio inteligente isolado da matéria, nem o perispírito sem ser animado pelo princípio inteligente, as palavras alma e Espírito são, no uso, indiferentemente empregadas uma pela outra; é a figura que consiste em tomar a parte pelo todo, do mesmo modo por que se diz que uma cidade é povoada de tantas almas, uma vila composta de tantas famílias; filosoficamente, porém, é essencial fazer-se a diferença.” (O que é o Espiritismo, cap. II, item 14.)
3. Quanto à forma e à cor da alma, os instrutores espirituais procuraram estabelecer uma comparação, embora pálida, do que existe no plano espiritual com as limitações do nosso mundo físico e dos nossos sentidos. Fica claro à vista dos ensinos espíritas que a alma tem forma e cor, mas só por alto se pode compará-las com a forma e a cor que estamos, como seres encarnados, acostumados a observar.
4. Gabriel Delanne assevera: “A Ciência ensina-nos que os nossos sentidos apenas nos fazem conhecer ínfima parte da natureza, porém que, além e aquém dos limites impostos às nossas sensações, existem vibrações sutis, em número infinito, que constituem modos de existência de que não podemos formar ideia, por falta de palavras para exprimi-la”. (O Fenômeno Espírita, pág. 213.)  

Os Espíritos são indivisíveis e não podem ser fracionados
5. Segundo Delanne, o Espírito assiste, desse modo, a espetáculos que não temos meios de descrever, ouve harmonias que nenhum ouvido humano tem apreciado e se move em completa oposição às condições de viabilidade terrestre. “O Espírito libertado das cadeias do corpo – assevera ele – não tem mais necessidade de alimentar-se, não se arrasta mais pelo solo: a matéria imponderável de que é formado permite-lhe transportar-se para os mais longínquos lugares com a rapidez do relâmpago, e, segundo o grau do seu adiantamento moral, suas ocupações espirituais afastam-se mais ou menos das preocupações que nutria na Terra.” (Obra citada.)
6. Questionados sobre se os Espíritos têm o dom da ubiquidade [1], ou seja, se um Espírito pode dividir-se ou estar em muitos pontos ao mesmo tempo, os imortais disseram: “Não pode haver divisão de um mesmo Espírito; mas cada um é um centro que irradia para diversos lados. Isso é que faz parecer estar um Espírito em muitos lugares ao mesmo tempo. Vês o Sol?  É um somente. No entanto, irradia em todos os sentidos e leva muito longe os seus raios. Contudo, não se divide” (L.E., 92).
7. Observa-se assim que os Espíritos são indivisíveis e constituem uma unidade que não pode ser fracionada. Podem ser percebidos em mais de um lugar por efeito do seu poder de irradiação, poder esse que pode ser maior ou menor, dependendo do grau de pureza de cada um. Esse fato nos permite compreender um fenômeno muitas vezes verificado, em que se registra a presença de Espíritos Superiores em diversos lugares ao mesmo tempo.
8. O fenômeno da ubiquidade guarda, de certa forma, relação com o fenômeno da bicorporeidade. Como sabemos, isolado do corpo, o Espírito de uma pessoa viva pode – como o de um morto – mostrar-se com todas as aparências da realidade e até mesmo adquirir momentânea tangibilidade. Esse fenômeno conhecido pelo nome de bicorporeidade foi que deu azo às histórias dos homens duplos, ou seja, de indivíduos cuja presença simultânea em dois lugares diferentes se chegou a comprovar. (Leia sobre o assunto O Livro dos Médiuns, item 119.)

O poder de irradiação aumenta com a evolução da alma
9. O fenômeno da bicorporeidade ocorre quando o Espírito está encarnado. Estando a pessoa adormecida, ou num estado mais ou menos extático, pode o seu Espírito, desligado do corpo, aparecer, falar e mesmo tornar-se tangível. 
10. Em tais casos, se o fenômeno for autêntico, poder-se-á comprovar que a pessoa se encontrava em dois lugares ao mesmo tempo, só que em um lugar estava o corpo material e no outro lugar o Espírito, isto é, a alma revestida do seu corpo espiritual ou perispírito.
11. No fenômeno da ubiquidade, como já dissemos, o Espírito não se divide para estar em dois lugares diferentes. Ele irradia-se para diversos lados e pode assim manifestar-se em muitos pontos, sem se haver fracionado. Ocorre aí o que se dá com a luz, que pode refletir-se para todos os lados e ser vista simultaneamente em muitos espelhos.
12. Quanto mais evoluído for o Espírito, maior será seu poder de irradiação, mais potente será seu dom de ubiquidade relativa. Tanto na bicorporeidade como na ubiquidade, vê-se que o perispírito desempenha um papel fundamental, o que mostra ser indispensável um maior conhecimento acerca do corpo perispiritual, objeto de estudo de inúmeras obras, como o livro Evolução em Dois Mundos, de André Luiz, e A Evolução Anímica, de Gabriel Delanne.

[1] Ubiquidade: o fato de estar presente em mais de um lugar ao mesmo tempo.

Respostas às questões propostas

1. Os Espíritos têm uma forma determinada, limitada e constante?
A essa mesma pergunta os Espíritos Superiores responderam: “Para vós, não; para nós, sim. O Espírito é, se quiserdes, uma chama, um clarão, ou uma centelha etérea”. Em seguida, complementando o assunto, esclareceram que essa chama ou centelha tem uma coloração que vai, aos olhos humanos, do colorido escuro e opaco a uma cor brilhante, qual a do rubi, conforme o Espírito seja mais ou menos puro. A ideia de chama, clarão, centelha etérea aplica-se, em verdade, à alma propriamente dita, não ao Espírito, que é, como foi dito, um ser duplo, constituído de alma e perispírito.
2. Os Espíritos podem dividir-se e estar em muitos lugares ao mesmo tempo?
Não. Os Espíritos não podem dividir-se, mas cada um é um centro que irradia para diversos lados. Isso é que faz parecer estar um Espírito em muitos lugares ao mesmo tempo. É como o Sol, que irradia em todos os sentidos e leva muito longe os seus raios, mas não se divide. 
3. Existe alguma relação entre o fenômeno da ubiquidade e o fenômeno da bicorporeidade?
Sim. Como sabemos, isolado do corpo, o Espírito de uma pessoa viva pode – como o de um morto – mostrar-se com todas as aparências da realidade e até mesmo adquirir momentânea tangibilidade. Esse fenômeno conhecido pelo nome de bicorporeidade foi que deu azo às histórias dos homens duplos, ou seja, de indivíduos cuja presença simultânea em dois lugares diferentes se chegou a comprovar. Eis aí a relação entre os dois fenômenos. 
4. Como o Espiritismo explica o fenômeno da ubiquidade?
No fenômeno da ubiquidade, como já dissemos, o Espírito não se divide para estar em dois lugares diferentes. Ele irradia-se para diversos lados e pode assim manifestar-se em muitos pontos, sem se haver fracionado. Ocorre aí o que se dá com a luz, que pode refletir-se para todos os lados e ser vista simultaneamente em muitos espelhos.
5. Que fator tem maior peso no tocante ao poder de irradiação dos Espíritos?
Quanto mais evoluído for o Espírito, maior será seu poder de irradiação, mais potente será seu dom de ubiquidade relativa. 


Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, itens 88 e 92.
O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, 2ª Parte, item 119.
O Fenômeno Espírita, de Gabriel Delanne, Parte 4ª, pág. 213.
Evolução em Dois Mundos, de André Luiz, Parte 2ª, pág. 174.
O que é o Espiritismo, de Allan Kardec, cap. II, item 14.

Nota:
Eis os links que remetem aos 3 últimos textos:





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