quinta-feira, 10 de maio de 2018



Prelúdio da volta do Espírito
à vida corporal

Este é o módulo 79 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura. 

Questões para debate

1. Quando se inicia a união da alma com o corpo?
2. Qual é o fato, no período que vai da concepção ao nascimento, que determina o esquecimento do passado?
3. Há Espíritos que assistem ao próprio velório. Pode algum Espírito presenciar o próprio nascimento?
4. No prelúdio da reencarnação ocorre para o reencarnante alguma espécie de sofrimento?
5. Ensina o Espiritismo que não existem, a rigor, dois processos reencarnatórios iguais. Que fatores intervêm nesses momentos?

Texto para leitura

A união da alma com o corpo começa na concepção
1. As encarnações e desencarnações são fases importantes e necessárias, que se alternam por uma imensidade de vezes na escalada evolutiva do Espírito. Do mesmo modo que, para o Espírito, a morte do corpo físico é uma espécie de renascimento, a reencarnação é uma espécie de morte, melhor dizendo, de exílio, de clausura. Ele deixa o mundo dos Espíritos pelo mundo corporal, como o homem deixa este mundo por aquele.
2. A união da alma com o corpo, ensina o Espiritismo, tem início na concepção, mas só se completa no nascimento. O invólucro fluídico é que liga o Espírito ao gérmen. Essa união vai-se adensando e tornando-se mais íntima, de momento a momento, até que se completa quando a criança vem à luz.
3. No período intercorrente, da concepção ao nascimento, a ação da força vital faz com que diminua o movimento vibratório do perispírito, até o momento em que, não atingindo o mínimo perceptível, o Espírito fica quase totalmente inconsciente. É dessa diminuição de amplitude do movimento fluídico, diz Gabriel Delanne, que resulta o esquecimento.
4. Quando o Espírito vai encarnar num corpo humano em via de formação, um laço fluídico, que mais não é do que uma expansão do seu perispírito, o liga ao gérmen, que o atrai por uma força irresistível desde o instante da concepção. À medida que o gérmen se desenvolve, esse laço se encurta. Sob a influência do princípio vital presente no gérmen, o perispírito se une, molécula a molécula, ao corpo em formação, como se o Espírito, valendo-se do seu perispírito, se enraizasse no gérmen, a exemplo da planta que se enraíza no solo. Quando o gérmen chega ao seu pleno desenvolvimento, está completa a união, e o ser nasce então para a vida exterior.

A reencarnação é um choque biológico apreciável
5. A partir do momento em que o Espírito é colhido no laço fluídico que o prende ao gérmen, ele entra em estado de perturbação que aumenta à medida que o laço se aperta, perdendo o Espírito, nos últimos momentos, toda a consciência de si próprio, de modo que jamais presencia o seu nascimento. Quando a criança respira, começa ele a recobrar as faculdades, que se desenvolvem à proporção que se formam e consolidam os órgãos que hão de servir-lhe às manifestações.
6. André Luiz relata-nos, detalhadamente, o imenso carinho e os inúmeros cuidados que o Mundo Espiritual dedica ao processo reencarnatório. Na obra Entre a Terra e o Céu, o ministro Clarêncio, ao reportar-se à reencarnação de Júlio, fornece informações interessantes sobre a redução perispiritual.
7. Assevera então o amorável ministro da colônia “Nosso Lar”:
“A reencarnação, tanto quanto a desencarnação, é um choque biológico dos mais apreciáveis. Unido à matriz geradora do santuário materno, em busca de nova forma, o perispírito sofre a influência de fortes correntes eletromagnéticas, que lhe impõem a redução automática. 
“Durante a gravidez de Zulmira, a mente de Júlio permanecerá associada à mente materna, influenciando, como é justo, a formação do embrião. Todo o cosmo celular do novo organismo estará impregnado pelas forças do pensamento enfermiço de nosso irmão que regressa ao mundo. Assim sendo, Júlio renascerá com as deficiências de que ainda é portador, embora favorecido pelo material genético que recolherá dos pais.”
8. Em outra obra de André Luiz, Missionários da Luz, deparamos também com preciosas informações a respeito da complexidade do trabalho realizado pelo Plano Espiritual, sempre que retorna ao mundo corporal um Espírito em resgate ou reajustamento de tarefas mal executadas em existência anterior.

Os processos de reencarnação diferem ao infinito
9. Tratando da programação reencarnatória de Segismundo, o orientador Alexandre disse a um amigo: “Já observei o gráfico referente ao organismo físico que o nosso amigo receberá de futuro, verificando, de perto, as imagens da moléstia do coração que ele sofrerá na idade madura, como consequência da falta cometida no passado. Segismundo experimentará grandes perturbações dos nervos cardíacos, mormente os nervos do tônus”. “Com exceção do tubo arterial, na parte a dilatar-se para o mecanismo do coração, tudo irá muito bem. Todos os genes poderão ser localizados com normalidade absoluta.”
10. Interessado no caso Segismundo, Alexandre aduziu, reportando-se aos seus futuros pais: “Voltaremos a vê-los no dia da ligação inicial de Segismundo à matéria física. Preciso cooperar, na ocasião, com os nossos amigos Construtores, aos quais pedi me apresentassem os mapas cromossômicos, referentemente aos serviços a serem encetados”.
11. De acordo com a obra citada, Segismundo já se encontrava então, desde a semana anterior, em processo de ligação fluídica direta com os futuros pais. À medida que se intensificava semelhante aproximação, ele ia perdendo os pontos de contato com os veículos que consolidou na esfera espiritual através da assimilação dos elementos peculiares àquele plano. Essa operação – explicou Alexandre – era necessária para que o perispírito do reencarnante pudesse retomar a plasticidade que lhe é característica e, por isso, no estágio em que ele se encontrava, o procedimento impunha-lhe sofrimentos.
12. Nem todos, porém, passam pelos sofrimentos que Segismundo experimentava. Os processos de reencarnação, tanto quanto os da morte física, diferem ao infinito, não existindo, a rigor, dois absolutamente iguais. Facilidades e dificuldades estão subordinadas a fatores numerosos, muitas vezes relativos ao estado consciencial dos próprios interessados no regresso à Crosta ou na libertação do veículo carnal. Existem Espíritos de grande elevação que, ao voltarem à carne, em apostolado de serviço e iluminação, quase dispensam o concurso dos companheiros dedicados a esse trabalho na esfera espiritual.

Respostas às questões propostas

1. Quando se inicia a união da alma com o corpo?
A união da alma com o corpo tem início na concepção, mas só se completa no nascimento.
2. Qual é o fato, no período que vai da concepção ao nascimento, que determina o esquecimento do passado?
No período intercorrente que vai da concepção ao nascimento, a ação da força vital faz com que diminua o movimento vibratório do perispírito, até o momento em que, não atingindo o mínimo perceptível, o Espírito fica quase totalmente inconsciente. É dessa diminuição de amplitude do movimento fluídico que resulta o esquecimento.
3. Há Espíritos que assistem ao próprio velório. Pode algum Espírito presenciar o próprio nascimento?
Não. A partir do momento em que o Espírito é colhido no laço fluídico que o prende ao gérmen, ele entra em estado de perturbação que aumenta à medida que o laço se aperta, perdendo o Espírito, nos últimos momentos, toda a consciência de si próprio, de modo que jamais presencia seu nascimento.
4. No prelúdio da reencarnação ocorre para o reencarnante alguma espécie de sofrimento?
Em alguns casos, sim. Foi o que ocorreu com Segismundo quando em processo de ligação fluídica direta com os futuros pais. À medida que se intensificava semelhante aproximação, ele ia perdendo os pontos de contato com os veículos que consolidou na esfera espiritual através da assimilação dos elementos peculiares àquele plano. Essa operação era necessária para que o perispírito do reencarnante pudesse retomar a plasticidade que lhe é característica e, por isso, no estágio em que ele se encontrava, o procedimento impunha-lhe sofrimentos.
5. Ensina o Espiritismo que não existem, a rigor, dois processos reencarnatórios iguais. Que fatores intervêm nesses momentos?
Os processos de reencarnação, tanto quanto os da morte física, diferem ao infinito. Facilidades e dificuldades estão subordinadas a fatores numerosos, muitas vezes relativos ao estado consciencial dos próprios interessados.

Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, questões 339 e 340.
A Gênese, de Allan Kardec, capítulo XI, itens 18 a 20.
A Evolução Anímica, de Gabriel Delanne, pág. 192.
Resumo da Doutrina Espírita, de Gustavo Geley, pág. 43.
Entre a Terra e o Céu, de André Luiz, psicografado por Chico Xavier, pp. 179 e 183.
Missionários da Luz, de André Luiz, psicografado por Chico Xavier, pp. 196, 210, 216 e 218.

Nota:
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