quarta-feira, 31 de janeiro de 2018







Concluímos as novidades relacionadas com o tema acentuação gráfica decorrentes do Acordo Ortográfico de 1990, apresentando os casos especiais pertinentes aos verbos abaixo:
Arguir e redarguir.
Grafia anterior ao Acordo Ortográfico: argüir e redargüir.
O trema, como já vimos, não mais é utilizado e também caiu o acento agudo no u tônico das formas verbais arguis, argui e arguem, do presente do indicativo do verbo arguir.
O indicativo presente ficou então assim:
Eu arguo (lê-se ar-gú-o)
Tu arguis (lê-se ar-gúis)
Ele argui (lê-se ar-gúi)
Nós arguímos
Vós arguís
Eles arguem.
A mesma ocorrência se dá com o verbo redarguir, cujo indicativo presente ficou assim:
Eu redarguo
Tu redarguis
Ele redargui
Nós redarguimos
Vós redarguís
Eles redarguem.
Verbos terminados em guar, quar quir.
Exemplos: aguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir.
Tais verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo. Se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas.
Exemplos:
Águo
Águas
Enxáguo
Enxáguas
Enxágua
Enxáguam
Delínquo
Delínques
Delínque
Delínquas
Delínquam.
No Brasil, esta é a pronúncia mais corrente.



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terça-feira, 30 de janeiro de 2018





Pomares

CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR

E com o tempo, as plantas nascem e as sementes tornam-se árvores. Dependendo do tipo de fruta, serão pés mais robustos ou frágeis, altos ou baixos, com fruto mais doce ou cítrico, no entanto, serão frutas com boas e saborosas propriedades. Terão flores antes, perfumarão o pomar e trarão as cores para embelezarem o local.
Há pomares de longa data, cujas gerações já somam mais que três e os pés estão tão lindos. Ocorre apenas a readaptação ao clima, ao caminho do tempo. E tanto de perto ou de longe, esses pés são bonitos e, além de sua beleza, eles transmitem uma paz... a paz que a verdadeira simplicidade é capaz de trazer.
Se há uma laranjeira, não haverá surpresa, esse pé só dará laranja como fruto. Se as macieiras florescem somente maçãs poderão vir após suas flores. Se as peras amarelas e de gosto suave nascem é por que se originaram das milenares e resistentes pereiras. E assim naturalmente. O fruto do pomar será sempre proveniente da sua espécie, nunca nascerá uma fruta de um pé diferente. 
E a naturalidade com que os pomares existem assegura que nada poderá ser mais seguro que a confiança garantida entre os amanheceres e anoiteceres.
E no fim da tarde, o dourado do sol confirma a bela paisagem dos pés de frutas.

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segunda-feira, 29 de janeiro de 2018




FEB dá sua versão sobre a polêmica acerca de "A Gênese"


A GÊNESE
OS MILAGRES E AS PREDIÇÕES
SEGUNDO O ESPIRITISMO

EDIÇÃO DEFINITIVA

A propósito das dúvidas levantadas ultimamente sobre qual seria a edição definitiva de A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, a Federação Espírita Brasileira, por meio de seu Conselho Diretor, vem externar oficialmente ao Movimento Espírita nacional o seu entendimento sobre o assunto.
Como é do conhecimento de todos, a 1ª edição da obra veio à luz, em Paris, no dia 6 de janeiro de 1868, seguindo-se, nesse mesmo ano, a publicação da 2ª e da 3ª edições, absolutamente idênticas, meras reimpressões da 1ª edição. A 4ª edição, embora contendo na capa e na folha de rosto o ano de 1868, só foi publicada no primeiro semestre de 1869, já desencarnado o Codificador, mas guardando as mesmas características das três primeiras edições, com as quais não se diferencia em ponto algum.
A 5ª edição de A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo, diferentemente das quatro primeiras edições, não contém o ano de seu lançamento, nem na capa nem na folha de rosto, de modo que até recentemente não era possível saber-se com precisão a data em que fora publicada. Hoje, e para isso basta que se recorra ao site eletrônico da Biblioteca Nacional da França, fica-se a par da data exata do seu lançamento: 23 de dezembro de 1872, em sua versão revista, corrigida e ampliada.
Como também é do conhecimento de todos, a 5ª edição francesa, ou as que a ela se seguiram e que lhe são idênticas em todos os pontos, é a que tem servido de espelho para as traduções nas diversas línguas nacionais dos países do mundo inteiro, por ter sido a última edição revisada. Dela se têm utilizado os tradutores febianos para o português, inclusive o Dr. Guillon Ribeiro, sendo relevante observar que a 1ª edição brasileira da obra, publicada nos anos oitenta do século XIX e traduzida por Joaquim Carlos Travassos, o Fortúnio, também se baseou em edição revista, corrigida e ampliada.
Não é nova a polêmica de que o derradeiro livro da Codificação Espírita teria sido “adulterado” depois da morte de Allan Kardec, visto que suprime, modifica ou acrescenta palavras, frases e parágrafos inteiros que, no entender de alguns, não foram redigidos pelo seu autor, e isso desde 1884, quando, pela primeira vez e sobre o assunto, se manifestou o francês Henri Sausse, autor da mais antiga biografia de Allan Kardec, apontando e discordando das alterações que encontrou na 5ª edição francesa, ao confrontá-la com a existente em seu poder, publicada em 1868.
Antes de se entrar no mérito da questão, é importante frisar que nenhuma obra de Allan Kardec teve como definitiva a sua primeira edição, posto que todas sofreram alterações, ao longo de uma ou de várias edições, com vistas ao seu aperfeiçoamento. Só para tomarmos dois exemplos: O Livro dos Espíritos, publicado em 1857, passou por modificações substanciais em 1860 e, em menor escala, nas edições publicadas em 1861, 1862, 1863 e 1864, isto é, nas 2ª, 4ª e 5ª, 6ª, 10ª e 12ª edições, respectivamente, de modo que, para sermos rigorosamente exatos, a edição definitiva do livro não é a 2ª, de 1860, mas a 12ª, de 1864, porque não houve nenhuma alteração depois dessa data. O céu e o inferno, lançado em 1865, só teve como definitiva a sua 4ª edição, publicada em 1869.
Mas a questão principal, alegam os que pensam de modo diferente, é que a 5ª edição de A Gênese só foi publicada em dezembro de 1872, mais de três anos após a desencarnação de Allan Kardec; além disso, modificou-se, acrescentou-se ou suprimiu-se indevidamente palavras, frases e parágrafos inteiros, desfigurando a edição original...
Quanto à primeira objeção, cabe observar os seguintes aspectos:
A França da época achava-se imersa em dificuldades de toda ordem, nos campos político, econômico e social, culminando com as atrocidades cometidas durante a guerra franco-prussiana, declarada pelo regime de Napoleão III, mas vencida por Bismarck, em 1870, a que se seguiram a ocupação de Paris, da Alsácia e da Lorena pelas tropas invasoras, e à guerra civil, que resultou da repressão à chamada “Comuna” de Paris. Época de anarquia, verdadeira convulsão social; de desemprego, de fome, de frio, de miséria, enfim. Não teria sido um dos motivos pelos quais a 5ª edição, revisada por Allan Kardec antes da sua desencarnação, teve postergada a publicação?
Além disso, o sucesso inicial de A Gênese, que em três meses teve três edições sucessivas (reimpressões), não foi suficiente para esgotar todos os exemplares antes da morte do Codificador, ocorrida em 1869, conforme se depreende de anúncio publicado no feuilleton do “Journal Général de l’Imprimerie et de la Librairie”, de 30 de março de 1872, anunciando a promoção da venda de exemplares da 4ª edição do livro, ainda existentes naquela época! Por que, então, publicar nova edição, em meio a tantas dificuldades econômicas e sociais, e antes de esgotada a anterior?
Analisemos, agora, a segunda objeção, a de que o livro teria sido “adulterado”, e com propósitos inconfessáveis, pelos continuadores do trabalho de Allan Kardec, porquanto, quem, além deles, teria o poder de fazê-lo? E de publicar a obra sob os auspícios da Livraria Espírita, localizada à Rua de Lille e inaugurada em 1º de abril de 1869, estabelecimento para onde se transferiu, a partir de
então, o escritório de assinaturas e de expedição da Revista Espírita, fundada e dirigida pelo Codificador?
De fato, a 5ª edição de A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo, de 1872, se comparada com a 1ª edição, de 1868, apresenta alterações na redação de muitas palavras e frases, além do acréscimo e da supressão de vários parágrafos, isolados ou sucessivos, sobretudo nos seus capítulos II, III, XV e XVIII. Mas o que importa saber é se tais modificações deturpam, desfiguram, desnaturam a Doutrina Espírita revelada pelos Espíritos superiores e codificada por Allan Kardec.
Atenta ao suposto problema, a Federação Espírita Brasileira, ainda na década de 60 do século passado, encarregou ao pesquisador e historiador espírita Zêus Wantuil a tarefa de confrontar, palavra por palavra, frase por frase, linha por linha, a 3ª e a 5ª edições francesas de A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo, porque, então, a FEB não dispunha da 1ª edição da obra. Buscava-se, já naquela época, descobrir se as alterações, apresentadas na 5ª edição francesa e inexistentes nas anteriores, fugiam, ou não, aos princípios fundamentais exarados nas demais obras da Codificação Espírita, baseados na concordância e na universalidade do ensino dos Espíritos. O exemplar da 3ª edição francesa foi xerocado e transformado em dois volumes, cuidadosamente encadernados, os quais se encontram arquivados na Biblioteca de Obras Raras da Federação Espírita Brasileira, em Brasília, com as anotações do Zêus, feitas à margem de cada página que sofreu algum tipo de alteração. Chegou-se à conclusão de que as modificações havidas só poderiam ter sido realizadas pelo próprio Allan Kardec, no intuito de melhorar e tornar mais claras diversas passagens da obra, aí compreendidas a supressão e a inclusão de textos inexistentes nas edições publicadas em 1868.
Tais anotações demonstram, de maneira cristalina, o cuidado, o empenho, o compromisso de Allan Kardec em aperfeiçoar toda sua obra. Erros tipográficos e de francês foram corrigidos, palavras inadequadas foram substituídas, frases importantes foram destacadas em itálico, numerações repetidas de parágrafos foram sanados, alguns parágrafos foram deslocados de posição para melhor se adequarem ao encadeamento das ideias que estavam a ser expostas, passagens repetidas ou já desenvolvidas em outras obras foram suprimidas, inclusive algumas de certa extensão, subtítulos e novos itens foram acrescentados, mas tudo sem ferir a harmonia do conjunto e sem atentar contra o conteúdo doutrinário dos ensinamentos revelados pelos Imortais.
Mas isso ainda não é tudo.
Ensina-nos a Doutrina Espírita que os Espíritos desencarnados são reconhecidos pela linguagem de que se utilizam quando nos dirigem a palavra. Assim também sucede com os encarnados, não só quanto à justeza, moralidade ou impropriedade dos conceitos emitidos, quanto com relação ao estilo, não tendo sido outra a razão que terá levado Buffon, naturalista, matemático e escritor francês do século XVIII, a dizer que “o estilo é o próprio homem”, a manifestar-se de forma pessoal e inconfundível.
Estilo! Quem não reconhecerá o estilo peculiar de Allan Kardec nas alterações – e não adulterações! – existentes na 5ª edição francesa de A Gênese? A clareza, a concisão, a objetividade, o encadeamento lógico das ideias, a urbanidade e a elegância na forma de escrever são absolutamente os mesmos observados no conjunto de sua obra, aspectos que até podem ser imitados por outros, mas sem o brilho da sua mente privilegiada, sem o alcance nem a profundidade verificados nos demais livros da Codificação Espírita.
Não há, pois, na 5ª edição francesa, até prova definitiva em contrário, nada que contrarie os princípios espíritas, exarados nas obras precedentes do mesmo autor, de modo que as supressões que ocorreram, assim como os acréscimos a ela juntados, estão de pleno acordo com o pensamento de Allan Kardec, alguns dos quais já haviam sido publicados antes na Revista Espírita, a exemplo do texto “Alma da Terra”, incluído no capítulo VIII dessa edição, em complemento ao estudo acerca da “Teoria da incrustação”.
Por outro lado, há que se considerar também o depoimento de Armand Theodore Desliens, médium da Sociedade Espírita de Paris e secretário particular de Allan Kardec até a desencarnação do Codificador, publicado na Revista Espírita de março de 1885, em que ele afirma, com todas as letras, que somente Allan Kardec, e mais ninguém, introduziu as modificações existentes nas edições posteriores de A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo. As pequenas falhas contidas nesse depoimento, relativas ao processo técnico de impressão e reimpressão dos livros editados naquela época, em nada desmerecem ou invalidam o testemunho de Desliens.
Finalmente, não nos esqueçamos de que Amélie-Gabrielle Boudet, esposa de Allan Kardec, sobreviveu mais de dez anos à publicação da 5ª edição francesa da obra. Mulher inteligente, beletrista, alma profundamente sensível e perfeitamente alinhada com o pensamento e as ações do marido, por certo haveria de notar os acréscimos e supressões contidos na edição de 1872 e, mais ainda, teria se insurgido contra eles caso não estivesse convicta da sua autoria, da sua autenticidade. Nada disso aconteceu, o que vem reforçar as evidências de que tais alterações não partiram de outra pessoa, senão Allan Kardec.
Por que, então, exumar, por estéril e inoportuno, um assunto que o bom senso há muito tempo se encarregou de sepultar? Por que denegrir a imagem de pessoas respeitáveis, contemporâneas de Allan Kardec, a pretexto de defender teses que, por muito abundantes sejam os dados documentais apresentados, não passam de probabilidades, sem que uma só prova, uma sequer, venha confirmar, definitivamente, que as alterações encontradas no livro não foram realizadas pelo próprio Allan Kardec? De que autoridade moral nos achamos investidos para criticar os pioneiros do Espiritismo, justamente os que secundaram Allan Kardec na ingente tarefa de materializar, entre nós, a promessa de Jesus Cristo de permanecer eternamente conosco? Temos que ser cautelosos até ao externar nosso entusiasmo com relação à defesa das ideias que esposamos, por mais bem-intencionados que estejamos, a fim de que ilações descabidas não nos transformem em instrumentos de perturbação e de discórdia, consumindo nossas energias e nos desviando da tarefa essencial a que todos fomos convocados: a da nossa transformação moral, dos esforços que devemos empreender para domar nossas paixões inferiores. Busquemos, antes de tudo, a união, recordando, com Jesus, que os seus discípulos serão reconhecidos por muito se amarem.
Assim, e até prova cabal em contrário, que por ora não existe, a Federação Espírita Brasileira continuará divulgando e considerando como definitiva a 5ª edição, revista, corrigida e ampliada, de A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, publicada em 1872 e utilizada pelos tradutores dos livros que editamos.
A FEB Editora lançará, em novembro do ano em curso, durante a reunião ordinária do Conselho Federativo Nacional, edições bilíngues (português e francês) da 1ª e da 5ª edições francesas de A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo, como parte das homenagens ao seu sesquicentenário de publicação.

Brasília (DF), 29 de janeiro de 2018.

Jorge Godinho Barreto Nery
Presidente da Federação Espírita Brasileira





Pra machucar meu coração

Ary Barroso

Está fazendo um ano e meio, amor,
Que o nosso lar desmoronou.
Meu sabiá,
Meu violão
E uma cruel desilusão,
Foi tudo o que ficou...
Ficou pra machucar meu coração. (Bis)

Quem sabe? não foi bem melhor assim.
Melhor pra você e melhor pra mim...
O mundo é uma escola
Onde a gente precisa aprender
A ciência de viver
Pra não sofrer...





Você pode ouvir a canção acima clicando nos links abaixo:
Gal Costa:
João Gilberto:
Edu Lobo & Tom Jobim:
Elizeth Cardoso:




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domingo, 28 de janeiro de 2018






Um olhar sobre os males da vida e suas causas

O tema provas e expiações, mecanismos básicos no processo evolutivo, já foi por nós examinado em diversas ocasiões.
O leitor, ainda que neófito em matéria de Espiritismo, já leu certamente artigos e comentários que nos informam que o planeta Terra é classificado pelos instrutores espirituais como um mundo de expiação e provas, o que explica os inumeráveis problemas de ordem moral que caracterizam nosso orbe.
Espíritos ainda em evolução, mais próximos da animalidade que da angelitude, é evidente que não nascemos neste mundo por acaso, uma vez que o acaso não existe e que tudo na vida obedece a um meticuloso planejamento, ainda que não nos demos conta disso.
A necessidade de expiar as tolices cometidas, eis uma das razões por que aqui estamos. A outra razão, inerente ao processo evolutivo, é experimentar situações que revelem o grau de maturidade – intelectual e moral – que tenhamos atingido.
O tema é tratado em várias obras de Allan Kardec e por autores inúmeros, encarnados e desencarnados.
Na obra em que examina os ensinos morais do Cristo, Allan Kardec nos oferece informações valiosas sobre os chamados males da vida, que ele divide, para fins de estudo, em duas partes: uma constituída dos males que o homem não pode evitar, isto é, que ocorrem independentemente do seu procedimento; e a outra composta pelas tribulações de que ele se constituiu a causa primária, decorrentes de sua incúria ou de seus excessos.
Esta segunda parte, diz o codificador da doutrina espírita, excede, em quantidade, de muito a primeira. (Cf. O Evangelho segundo Espiritismo, cap. XXVII, item 12.)
Eis alguns exemplos mencionados por Allan Kardec de alguns dos males que o homem não pode evitar, mas cujo número, como vimos, é inferior aos males que compõem a segunda parte: 
- perda de entes queridos ou dos que são o amparo da família; 
- acidentes que nenhuma previsão pôde impedir; 
- reveses da fortuna, que frustram todas as precauções aconselhadas pela prudência; 
- flagelos naturais; 
- enfermidades de nascença, sobretudo as que tiram a tantos infelizes os meios de ganhar a vida pelo trabalho; 
as deformidades, a idiotia, o retardamento mental; mortes de crianças em tenra idade etc. (Cf. O Evangelho segundo Espiritismo, cap. V, item 6.)
Os males e tribulações descritos nos exemplos acima remetem, na visão espírita, a causas ligadas às existências anteriores daqueles que os suportam, em face do axioma segundo o qual todo efeito tem uma causa e, portanto, tais males são efeitos que hão de ter uma causa e, desde que admitamos um Deus justo e misericordioso, essa causa também há de ser justa.
Outra informação muito importante e que explica a função e a finalidade das provas no processo evolutivo da criatura humana encontramos no texto abaixo reproduzido, de autoria de Allan Kardec:
“Não há crer, no entanto, que todo sofrimento suportado neste mundo denote a existência de uma determinada falta. Muitas vezes são simples provas buscadas pelo Espírito para concluir a sua depuração e ativar o seu progresso. Assim, a expiação serve sempre de prova, mas nem sempre a prova é uma expiação.
Provas e expiações, todavia, são sempre sinais de relativa inferioridade, porquanto o que é perfeito não precisa ser provado. Pode, pois, um Espírito haver chegado a certo grau de elevação e, nada obstante, desejoso de adiantar-se mais, solicitar uma missão, uma tarefa a executar, pela qual tanto mais recompensado será, se sair vitorioso, quanto mais rude haja sido a luta.
Tais são, especialmente, essas pessoas de instintos naturalmente bons, de alma elevada, de nobres sentimentos inatos, que parece nada de mau haverem trazido de suas precedentes existências e que sofrem, com resignação toda cristã, as maiores dores, somente pedindo a Deus que as possam suportar sem murmurar. Pode-se, ao contrário, considerar como expiações as aflições que provocam queixas e impelem o homem à revolta contra Deus. Sem dúvida, o sofrimento que não provoca queixumes pode ser uma expiação; mas é indício de que foi buscada voluntariamente, antes que imposta, e constitui prova de forte resolução, o que é sinal de progresso. (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 9.)




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sábado, 27 de janeiro de 2018

Contos e crônicas




Anúncio de nova série espiritualista e filosófica de crônicas

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Anuncio ao leitor radical mudança temática em nossas postagens. Para tal, proponho a três estudiosos das Escrituras Sagradas divulgar seus estudos sobre a personalidade ímpar de Jesus de Nazaré, o Cristo, Filho de Deus, Cocriador Divino e Governador da Terra, à qual Ele trouxe sua mensagem e ação incomparável no bem.
Pergunta o leitor quem serão essas almas iluminadas e o que nos dirão, de novo, sobre o Ser mais perfeito que Deus nos enviou, “para nos servir de guia e modelo”. A resposta seguir-se-á, primeiro, a um esclarecimento: das três “almas”, só uma é alma, no sentido estrito dessa palavra. Refiro-me a Jó, que já leu as Escrituras Sagradas completas e ainda estuda os Evangelhos de Jesus publicados pelos quatro evangelistas. Além disso, é assíduo estudioso d’O Evangelho segundo o Espiritismo, que já leu diversas vezes, assim como as demais obras do pentateuco kardequiano, com suas mensagens consoladoras e eternas.
Os outros estudiosos são espíritos: Emmanuel e eu, Machado... Esclareço ao bom leitor, entretanto, que iluminado só o primeiro. Este articulista aqui, também conhecido como Bruxo, nesta tarefa, é apenas esforçado discípulo daquele, tanto quanto Jó é meu secretário.
─ Mas... Emmanuel não já está reencarnado?
─ Ainda que esteja... “à noite, todos os gatos são pardos”. Nunca ouviu dizer isso? É nas altas horas que ele virá, livre da matéria, atendendo nossa evocação e permissão de Deus.
Por oportuno, desde já, meu secretário pede que ignorem seu nome Joteli e o tratem apenas por Jó. Lembra, também, que, à parte o conteúdo dos estudos que publicaremos, tudo o mais é ficção do articulista.
Caberá ao leitor e à leitora discernirem ficção de realidade... Jó apenas lembra que detesta mentir e empenha-se, com todas as forças do seu ser, em cultivar a verdade. Por esse motivo, relembra que, embora ele seja, em tese, inspirado, assume a autoria deste conteúdo e dos que, futuramente, vier a publicar aqui, respeitados os créditos alheios.
─ Quer dizer que nada do que for atribuído a você é seu, Bruxo?
─ Geralmente, não, mas pode ser que esse antena curta capte algo provindo de mim e se aproprie disso.
─ Quem é esse “antena curta”?
─ Quem poderia ser, senão meu secretário?
─ E quanto ao que for dito por Emmanuel, também Jó poderá ser seu médium?
─ Quem falou em médium aqui? Ele pode ser inspirado por nós, e a responsabilidade pelo conteúdo, citações e análises será sempre dele. Entretanto, quem pode garantir a propriedade única dos próprios pensamentos? Releia a questão 459 d’O Livro dos Espíritos: “Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos?” Resposta: “Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto que, de ordinário, são eles que vos dirigem”.
Comecemos, então, nossos estudos. Anote aí, Jó...
O advento do Cristo foi anunciado por diversos profetas. O primeiro deles foi Moisés, que esclareceu o povo hebreu sobre o envio de um novo profeta, semelhante a ele, por Jeová. Aparentemente, Moisés estava sendo pouco modesto, pois, excetuados os Dez Mandamentos recebidos por ele, no Monte Sinai, quase tudo o mais, em sua lei justiceira, era proveniente dele próprio, influenciado por espíritos afins...
Jesus, ao contrário, dizia, modestamente, que o que falava provinha de Deus, seu Pai e nosso Pai, que nos criou por Amor e para Amar.
Entretanto, para a época em que viveu e a missão que desempenhou, inclusive trazendo ao mundo a ideia de Deus único, a figura de Moisés é, sim, altamente importante na preparação da Terra para a vinda de Jesus, o Cristo de Deus... No Mundo, porém, jamais houve ou haverá alguém de maior elevação espiritual do que o Cristo, Nosso Senhor, modelo e guia.
Outros profetas também anunciaram a vinda de Jesus Cristo, sua missão, incompreensão dos sacerdotes, escribas e fariseus da época, bem como sua morte ignominiosa e seu triunfante ressurgimento do túmulo, provando-nos que apenas o corpo físico se extingue. A alma, espírito encarnado, é imortal.
Agora, leitor, você dar-me-á licença para eu fazer uma petição humilde ao nobilíssimo espírito Emmanuel, a quem entrevistarei sobre os temas anunciados nesta crônica. Jó será nosso discreto e disciplinado secretário, já a partir da próxima crônica, e tudo o que o amigo leitor desejar saber, ou ainda não conhece dessa extraordinária história, ser-lhe-á revelado página a página, a conta-gotas, até onde Deus, nosso Pai amantíssimo, o permitir.
A quien quiera escuchar






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sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Iniciação aos clássicos espíritas





Cristianismo e Espiritismo

Léon Denis

Parte 10

Continuamos o estudo do livro Cristianismo e Espiritismo, que vimos realizando com base na 6ª edição publicada pela Federação Espírita Brasileira, tradução de Leopoldo Cirne.
Esperamos que este estudo constitua para o leitor uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto indicado para leitura. 

Questões preliminares

A. É possível fotografar o invólucro fluídico da alma?
B. Como Léon Denis conceitua o perispírito?
C. Quem foi Katie King?

Texto para leitura

129. O que a Ciência começa apenas a entrever, os espíritas sabiam há muito pela revelação dos Espíritos: que o mundo visível não é mais que ínfima porção do Universo; que a vida e a matéria se apresentam sob formas variadas; que estamos rodeados de radiações invisíveis para nós, em razão da grosseria dos nossos órgãos. (P. 160)
130. A aplicação dos raios Roentgen à fotografia nos faz compreender o fenômeno da dupla vista dos médiuns e o da fotografia de espíritos: se placas podem ser influenciadas por invisíveis raios, por irradiações da matéria imponderável, que penetram os corpos, com mais forte razão os fluidos quintessenciados podem, em certas condições, impressionar a retina dos médiuns. (P. 162)
131. A fotografia das irradiações do pensamento vem descerrar novo campo aos investigadores. Numerosos experimentadores conseguiram fixar na placa sensível as radiações do pensamento e as vibrações da vontade. Suas experiências demonstram que existe em cada ser humano um centro de radiações invisíveis, um foco de luzes que escapam à vista. (P. 162)
132. As ondas, as vibrações variam de aspecto e intensidade, sob a influência das disposições mentais do operador. Uniformes, regulares no estado normal, formam-se em turbilhões, em espirais, sob o influxo da cólera; estendem-se em lençóis, em largos eflúvios no êxtase, e se elevam em colunas majestosas durante a prece. (PP. 162 e 163)
133. Conseguiu-se até mesmo reproduzir nas placas o duplo fluídico do homem, centro de tais radiações. O cel. de Rochas e o Dr. Barlemont obtiveram a fotografia simultânea do corpo de um médium e do seu duplo. (P. 163)
134. O perispírito é o invólucro permanente da alma e é, também, o molde, o esboço fluídico do ser humano. É nele, no desenho invisível que apresenta, que se vêm incorporar, fixar, as moléculas da matéria grosseira. (P. 164)
135. O perispírito é para nós invisível no seu estado normal: é que sua essência sutil produz um número de vibrações que ultrapassa o nosso campo de percepção visual. Nos casos de materialização, o Espírito necessita absorver dos médiuns fluidos mais grosseiros, que assimila aos seus, a fim de adaptar o número de vibrações do seu invólucro à nossa capacidade visual. A operação é delicada, cheia de dificuldades, mas, apesar disso, os casos de aparições de Espíritos são numerosos. (P. 166)
136. Entre os casos mais célebres temos o do Espírito de Katie King, que durante três anos se manifestou em casa de William Crookes. Outro caso célebre é o do Espírito Abdullah, relatado por Aksakof.  O professor Lombroso, de Turim, viu a própria mãe mais de vinte vezes, no curso das sessões com Eusápia Paladino. (PP. 166 a 168)
137. Critica-se muito o fato de tais fenômenos só se darem no escuro, mas é preciso notar que a escuridade é indispensável às aparições luminosas, que são as mais comuns, porque a luz exerce ação dissolvente sobre os fluidos. (P. 168)
138. Os experimentadores têm tido muita cautela para prevenir a ocorrência de fraude nesse tipo de fenômeno. Em certa experimentação, diz Lombroso que, estando as mãos de Eusápia seguras por dois experimentadores e formando os demais um círculo em torna dela, verificou-se por toda a parte o deslocamento de móveis, sons de instrumentos, sem contato, levitação de corpos humanos e erguimento de cadeiras com as pessoas que as ocupavam. (P. 172)
139. Em tais fenômenos os médiuns desempenham um papel passivo, como o das pilhas na eletricidade. São acumuladores de fluidos e é neles que os Espíritos haurem as forças necessárias para atuar sobre a matéria. (P. 175)
140. O fenômeno da escrita direta foi pesquisado por vultos eminentes, como o Dr. Paul Gibier, que o estudou durante 33 sessões, com o concurso do médium Slade. (P. 176) (Continua na próxima edição.)

Respostas às questões preliminares

A. É possível fotografar o invólucro fluídico da alma?
Sim. O cel. De Rochas e o Dr. Barlemont obtiveram a fotografia simultânea do corpo de um médium e do seu duplo. (Cristianismo e Espiritismo, cap. IX, pp. 162 e 163.)
B. Como Léon Denis conceitua o perispírito?
O perispírito é o invólucro permanente da alma e é, também, o molde, o esboço fluídico do ser humano. É nele, no desenho invisível que apresenta, que se vêm incorporar, fixar, as moléculas da matéria grosseira. O perispírito é para nós invisível no seu estado normal porque sua essência sutil produz um número de vibrações que ultrapassa o nosso campo de percepção visual. (Obra citada, cap. IX, pp. 164 a 166.)
C. Quem foi Katie King?
Katie King é o nome atribuído a um Espírito que durante três anos se manifestou na casa de William Crookes e, uma vez materializado, deixou-se fotografar ao lado de Crookes e da médium Florence Cook. (Obra citada, cap. IX, p. 166.)

Nota:
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